Todo mundo sai ganhando com o turismo comunitário em Vitória

Iniciativa de moradores que começou em Jesus de Nazareth e Caratoíra e agora avança para a Grande São Pedro mostra o potencial de um turismo sustentável no qual as comunidades e os visitantes só têm benefícios

Publicado em 26/11/2025 às 01h01
Ilha das Caieiras, em Vitória (usar somente em Opinião da Gazeta)
Ilha das Caieiras, em Vitória . Crédito: Vitor Jubini

Em Vitória, já faz algum tempo que Fernando Martins, em Jesus de Nazareth, e Leandro Mello, em Caratoíra, passaram a desenvolver projetos de turismo com base comunitária para fazer uma conexão que, embora óbvia, ainda era pouco praticada por aqui: promover passeios guiados por pessoas do próprio bairro, com a participação de moradores e empreendedores locais. No caso, as pessoas que mais conhecem as histórias e as tradições do lugar, enriquecendo a experiência do turista.

Nesta terça-feira (25), o repórter Diony Silva mostrou no Gazeta Meio-Dia que agora os dois empreendedores sociais estão compartilhando a experiência com os moradores dos bairros da Grande São Pedro. O que todos esses locais têm em comum: são regiões periféricas da Capital com atrativos turísticos incontestáveis e algumas das paisagens mais bonitas da Ilha. Quando são os próprios moradores que recebem o visitante, ocorre uma aproximação que é importante até mesmo para destruir estigmas e preconceitos. 

Com esses guias locais, o turista se conecta mais profundamente com a região, para além da mera contemplação, como no caso das belas paisagens da Ilha das Caieiras. O visitante come nos bares e restaurantes e acaba incentivando a economia criativa local, fortalecendo uma cadeia de consumo importante para quem vive nas regiões. É um trabalho de divulgação que começa atraindo os próprios moradores da cidade e, no boca a boca e na publicidade ativa, pode atrair gente de todo o país.

O poder público, tanto no âmbito municipal quanto no estadual, tem de ser um parceiro ativo dessas iniciativas, promovendo a divulgação e criando um ambiente propício aos investimentos, o que também inclui a segurança pública. Tudo de uma forma que facilite a vida de quem deseja empreender no turismo nessas comunidades, não dificultar. Essas ações podem provocar pequenas revoluções, com mais dinheiro circulando nesses bairros com tantas atrações e histórias.

O turismo no Espírito Santo tem sido a aposta para superar as perdas financeiras que vão ocorrer com o fim dos incentivos fiscais, é preciso estar atento a todo esse potencial. Capitais como o Rio de Janeiro e Salvador já fazem essa integração com as comunidades e, no geral, dá muito certo. A economia, os moradores e os turistas: todos saem ganhando quando o turismo é feito por quem mais ama o lugar onde vive.

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