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Medidas do Banco Central vão liberar R$ 135 bilhões no sistema bancário

Medidas do Banco Central vão liberar R$ 135 bilhões no sistema bancário

Alíquota de depósito compulsório cairá de 31% para 25%. Com isso, instituições financeiras terão mais dinheiro para emprestar.  Também houve redução da parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no LCR dos bancos

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 11:23

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Fachada do Banco Central do Brasil. (Divulgação)

Em meio às dificuldades de crescimento da economia brasileira, o Banco Central anunciou na manhã desta quinta-feira (20) duas medidas que, juntas, representam a liberação de R$ 135 bilhões no sistema bancário. Os recursos poderão ser usados pelos bancos para a realização de mais operações de crédito a empresas e famílias, por exemplo, caso as instituições decidam fazer isso.

A primeira medida é a redução da alíquota de recolhimento compulsório sobre recursos a prazo, de 31% para 25%. O compulsório corresponde a um recolhimento, realizado pelo Banco Central, de parte dos recursos dos clientes depositados nos bancos. A partir dele, o BC controla a quantidade de dinheiro em circulação na economia e forma "colchões de liquidez" para momentos de necessidade de recursos pelos bancos.

A redução da alíquota de recolhimento sobre os depósitos a prazo representará a liberação de R$ 49 bilhões no sistema. De acordo com o BC, os efeitos começarão a partir de 16 de março.

A segunda medida diz respeito à redução da parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no Indicador de Liquidez de Curto Prazo (LCR) dos bancos. O LCR determina que as instituições devem manter uma reserva mínima de ativos líquidos para absorverem choques em momentos de estresse. Na prática, esta reserva é utilizada em momentos de crise de liquidez, em que os bancos precisam de recursos.

Com a mudança no LCR anunciada nesta quinta pelo BC, outros R$ 86 bilhões serão liberados no sistema. Neste caso, os efeitos começam em 2 de março.

A liberação de recursos para o sistema financeiro não significa, necessariamente, que os bancos vão utilizá-los em novas operações de crédito a empresas e famílias - embora a expansão do crédito costume ser um dos objetivos do BC em medidas assim.

Em reunião com deputados na última terça-feira, em Brasília, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, havia pontuado que, desde sua chegada à instituição, no ano passado, já haviam sido liberados cerca de R$ 20 bilhões em compulsórios. Ele reconheceu, no entanto, que o dinheiro ficou "empossado" nos bancos - ou seja, não foi necessariamente utilizado pelas instituições financeiras em novas operações de crédito.

Campos Neto afirmou, porém, que mais recentemente o BC percebeu que o dinheiro antes empossado estava sendo direcionado para operações de crédito - mais especificamente, para o crédito imobiliário. É justamente o setor imobiliário que vem sendo citado pelo BC como aquele que está liderando a recuperação da economia brasileira.

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