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'Justiça é cega, mas não é tola'; leia decisão que decretou prisão domiciliar de Bolsonaro

'Justiça é cega, mas não é tola'; leia decisão que decretou prisão domiciliar de Bolsonaro

Na decisão de 25 páginas, magistrado afirma que aqueles que desrespeitam o Judiciário não ficarão impunes. Confira o documento na íntegra

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 19:54

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (4), a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, determinou o confisco do celular do ex-presidente. Moraes concluiu que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares impostas inicialmente.

Na decisão de 25 páginas, o magistrado afirma que aqueles que desrespeitam o Judiciário não ficarão impunes.  “Conforme tenho afirmado reiteradamente, a Justiça é cega, mas não é tola. A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico. A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares - pela segunda vez - deve sofrer as consequências legais”, escreveu o magistrado. Veja documento na íntegra ao final da reportagem.

Trecho de decisão de Alexandre de Moraes contra Bolsonaro
Trecho de decisão de Alexandre de Moraes contra Bolsonaro Crédito: STF

No último domingo, 3, durante a manifestação realizada na Avenida Paulista, o ex-presidente discursou por meio de um contato pelo telefone com o filho Flávio Bolsonaro, que publicou o discurso nas redes. Moraes havia determinado que Bolsonaro não poderia usar as redes, mesmo por meio de terceiros.

Na decisão Moraes afirmou que "agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricano para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com seu filho, Flávio Nantes Bolsonaro, foi publicado na plataforma Instagram".

O ministro acrescentou: “O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, na rede social Instagram, com a finalidade de omitir a transgressão legal".

Moraes determinou a proibição de visitas a Bolsonaro, salvo dos advogados do ex-presidente e com procuração nos autos, além de outras pessoas previamente autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal. E também vetou o uso de celular, diretamente ou por meio de terceiros.

Além disso, ficam mantidas a proibição de manter contatos com embaixadores ou quaisquer autoridades estrangeiras, bem como com os demais réus e investigados nas diversas ações penais relacionadas aos processos do golpe e à investigação sobre obstrução de Justiça e a utilização de redes sociais, inclusive por meio de terceiros.

Arquivos & Anexos

Decisão de Alexandre de Moraes determina prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Confira os argumentos do ministro para restringir a liberdade do ex-presidente

Tamanho de arquivo: 6mb

Alexandre de Moraes, ministro do STF
Alexandre de Moraes, ministro do STF, aplicou restrições ao Bolsonaro Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

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