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Publicado em 22 de julho de 2025 às 13:28
O senador Magno Malta (PL-ES) provocou, em tom ameaçador, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), caso ele “ponha a mão e tente a sorte” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de medidas cautelares aplicadas na última sexta-feira (18), como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de sair de casa à noite e aos finais de semana. >
As declarações de Magno Malta em apoio a Bolsonaro, feitas em coletiva de imprensa em Brasília na noite de segunda-feira (21), logo após uma reunião da oposição do governo, ainda renderam críticas a outros ministros do STF, como Carmen Lúcia e Gilmar Mendes. As falas ainda miraram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamado por Magno de “comunista ideológico”, ao mesmo tempo em que afirmou que Bolsonaro não merece a tornozeleira eletrônica e que é inocente.>
“Essa tornozeleira eletrônica não era para a perna de Bolsonaro. Bolsonaro é um inocente, como inocentes são os inocentes do dia 8”, disse Magno, fazendo alusão a manifestantes que vandalizaram o Congresso Nacional, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Até o início de 2025, porém, quase 900 pessoas foram responsabilizadas pelo STF pelos atos antidemocráticos. >
Magno Malta
Senador (PL-ES)Segundo o senador capixaba, Alexandre de Moraes é “um monstro, um estelionato e uma falsidade ideológica”. A declaração de Magno, que foi desde o STF a críticas diplomáticas, ainda apontou o Senado Federal como uma instituição covarde que, por uma série de omissões, resultou na falta de força da Casa diante da situação de Jair Bolsonaro. >
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“O Senado deixou que esse monstro [Moraes], com seus tentáculos, tomasse contornos que nos não podemos calcular. Hoje nós botamos na conta de Alexandre de Moraes aquilo que está na conta de todos”, disse Magno Malta.>
Ainda segundo o senador do PL-ES, membros da oposição têm atuado para o impeachment da ministra Carmen Lucia e de Gilmar Mendes.>
“Aliás, [Gilmar Mendes] é esse que disse que sem o Supremo não haveria Lula. Eles tiraram um condenado da prisão e colocaram na presidência”, disse Magno, fazendo referência à prisão de Lula em 2018 por corrupção e lavagem de dinheiro. O atual presidente, porém, teve as condenações anuladas em 2021 pelo STF.>
Nas declarações da coletiva de imprensa, Magno Malta ainda destacou que o Brasil é fruto de um “conluio do Supremo Tribunal Federal com os ideológicos que dirigem o país”, que estaria “pagando por ter um ideológico comunista no poder com nanismo diplomático”, voltando a fazer referência a Lula e ao atual cenário de tensão comercial com os Estados Unidos por taxas impostas pelo presidente Donald Trump.>
Procurado pela reportagem de A Gazeta para se manifestar sobre as declarações dadas na noite de segunda, em nota, Magno Malta afirma que o país enfrenta um momento grave, que vai além de “pautas de esquerda ou de direita”.
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Citando a taxação de Trump, prevista para começar no dia 1º de agosto, Magno destaca que “todos os brasileiros sentirão os efeitos diretos das deciões autoritárias tomadas pelo governo Lula e pelo STF”, especialmente na figura do ministro Alexandre de Moraes.>
“O que está em jogo para eles é o poder absoluto, não há qualquer preocupação com o povo, com o desemprego, a fome ou o caos social que pode se instalar, isolando o país. Não é hora de ter medo. É hora de reagir. A mobilização que se inicia não é de bolsonaristas ou de um grupo ideológico específico, é do Brasil, em defesa da liberdade, da democracia e dos direitos fundamentais de cada cidadão”, sinaliza Magno.>
Segundo o senador, a reunião da noite de segunda contou com outros senadores e deputados federais, quando foram “surpreendidos pela notícia de que Bolsonaro foi proibido de usar as redes sociais e até de conversas com a imprensa”.>
“Se isso não é censura, se isso não configura uma ditadura, então o que é? Nós seremos a voz de Bolsonaro. E mais do que isso: seremos a voz de milhões de brasileiros silenciados por um sistema que perdeu qualquer compromisso com a democracia”, completa Magno.>
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