Publicado em 2 de maio de 2025 às 12:09
- Atualizado há 7 meses
A edição 2025 do Salão de Xangai foi marcada por um olhar direcionado ao consumidor chinês por parte das montadoras, que focaram mais no maior mercado automotivo do mundo e menos na apresentação das apostas globais para os próximos anos. Este ano, o evento começou no último dia 25 de abril e termina nesta sexta, 2 de maio.>
Realizado em uma área de 360 mil metros quadrados – o equivalente a cerca de 50 campos de futebol – o Salão de Xangai é considerado o maior salão automotivo do mundo, reunindo mais de mil expositores entre montadoras, fornecedores e startups.>
Ao contrário do que era observado até alguns anos atrás, quando o evento era dominado por marcas como Volkswagen, Mercedes e Toyota, o protagonismo foi assumido de vez pelas marcas chinesas.>
Apesar dos protótipos futuristas apresentados por empresas tradicionais, que levaram carros voadores de diferentes tamanhos e formatos e atraíram visitantes, elas não foram capazes de gerar o mesmo impacto dos lançamentos "reais" focados em volume de vendas.>
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Além disso, a disputa por atenção no evento foi dominada pelos New Energy Vehicles (NEVs), que incluem modelos elétricos e híbridos. Esse mercado, além de ter uma presença crescente no setor automotivo, também passa a contar cada vez mais com a presença de empresas de tecnologia – antes conhecidas por fabricarem smartphones, por exemplo.>
Confira alguns dos destaques do Salão de Xangai 2025: >
Montadoras bem conhecidas no Brasil, como BYD e GWM, foram donas dos maiores estandes do Salão de Xangai. A BYD, por exemplo, apresentou durante o evento cinco novos veículos da série Ocean e o SUV de luxo U8L – lançado pela sua marca voltada para o mercado de luxo, a Yangwang. >
Além disso, o Grupo Chery levou para o salão o V23, de sua marca iCAR, que foi feito em parceria com a Xiaomi. O jipe elétrico ganhou novas cores e até uma versão inusitada, de pelúcia rosa. Na China, o modelo é vendido por cerca de 140 mil yuans (cerca de R$ 109 mil).>
O estande da Xiaomi, inclusive, também esteve entre os mais movimentados do evento, com a empresa se destacando cada vez mais e surpreendendo com seus modelos elétricos. Nesta edição do salão, foi exibida a versão Ultra do esportivo SU7 – lançado em outubro de 2024 –, que tem mais de 1.500 cavalos de potência e custa a partir de 530 mil yuans (R$ 413 mil).>
Marcas menos conhecidas no Brasil também chamaram a atenção do público durante o salão, incluindo a Hongqi, que pertence ao grupo estatal FAW, que foi a primeira montadora chinesa – fundada em 1956. A marca, inclusive, levou para o evento um dos modelos mais extravagantes do evento: o sedã de luxo Hongqi Guo Li. O modelo se destaca pelo acabamento refinado com detalhes em jade, ouro e pinturas feitas à mão, além dos 5,98 metros de comprimento e o motor 4.0 V8.>
Inspirado na histórica limusine Hongqi CA770, que é utilizada por líderes chineses e convidados estrangeiros desde a década de 50, o Guo Li é considerado o carro mais caro e luxuoso já fabricado na China, sendo avaliado em cerca de 7 milhões de yuans (R$ 5,6 milhões).>
A grande maioria dos modelos apresentados durante o Salão de Xangai, no entanto, eram carros populares, elétricos esportivos, SUVs, jipes e picapes de marcas chinesas.>
Uma das montadoras ocidentais presentes no salão, a BMW, está apostando em tecnologia para se destacar no mercado chinês. A empresa anunciou que vai passar a integrar inteligência artificial da empresa chinesa DeepSeek nos novos modelos vendidos no país a partir deste ano. >
A marca também chamou atenção com o i5 Flow Nostokana, um modelo equipado com tecnologia E Ink, que é semelhante à aplicada em leitores de e-book e permite mudar a cor da carroceria. Segundo a BMW, além do apelo visual, a solução pode auxiliar na absorção de calor e luz, impactando o conforto e a eficiência energética dos veículos.>
A VW apresentou três novos conceitos de elétricos que fazem parte da linha ID e foram desenvolvidos especialmente para o mercado chinês: o Aura (sedã), o Era (SUV) e o Evo (crossover). >
Todos contam com visual futurista, recursos de inteligência artificial para direção autônoma e uma linguagem de design focada nos consumidores chineses – estratégia descrita pela empresa como o início de um novo ciclo.>
Durante o evento, a Nissan apresentou sua nova picape híbrida plug-in, a Frontier Pro – a primeira picape eletrificada da marca –, que oferece 800 Nm de torque e até 135 quilômetros de alcance no modo elétrico. Este é o segundo de nove veículos de nova energia (NEVs) que a Nissan planeja lançar na China até o verão de 2027. >
Além disso, a montadora japonesa lançou o sedã Dongfeng Nissan N7, que oferece até 635 quilômetros de alcance. Os dois veículos serão exportados futuramente.>
Outra montadora japonesa presente no salão foi a Toyota, que anunciou durante o evento planos para expandir a oferta de veículos elétricos a bateria (BEV) na China. Como parte dessa estratégia, a marca anunciou dois lançamentos para o mercado chinês: o novo bZ7 – desenvolvido localmente e apresentado durante o Salão de Xangai – e o Lexus ES. >
A marca alemã levou para o salão o veículo conceito Vision V, que combina um amplo espaço interno à exclusividade e uma experiência digital inovadora. A ideia por trás do modelo é unir a praticidade dos monovolumes ao luxo e o conforto encontrado em limusines. >
Por dentro, o Vision V conta com assentos espaçosos, uma tela grande para experiências como filme e karaokê e um conceito moderno de iluminação e materiais. De forma geral, essa é uma abordagem particularmente bem recebida no segmento premium na China.>
A montadora anunciou ainda, durante o salão, a introdução de um novo formato de nomenclatura para os modelos de luxo: as futuras “Grand Limousines” serão chamadas de VLE e VLS. Também foi divulgado que será realizada uma parceria com a chinesa BAIC, visando fortalecer a presença local da marca, que passará a se beneficiar de processos de produção mais rápidos e melhor proximidade do mercado.>
Com informações da Folhapress.>
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