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Publicado em 21 de outubro de 2025 às 12:52
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator dos processos relacionados à trama golpista de 2022, votou pela condenação do major do Exército Angelo Martins Denicoli, no julgamento retomado pela Primeira Turma nesta terça-feira (21). Na leitura do voto, o magistrado afirmou não haver dúvidas da participação do morador de Colatina na trama golpista.>
“Os elementos de prova ressaltam que Ângelo Martins Denicoli estava associado ao objetivo antidemocrático da organização criminosa, contribuindo efetivamente com o desenho de uma narrativa a ser difundida, visando à restrição do exercício dos poderes constitucionais, especificamente o Poder Judiciário e a Justiça eleitoral”, declarou Moraes.>
Conforme destacado pelo ministro, o envolvimento de Denicoli pode ser confirmado em ao menos duas situações distintas. Uma delas se refere às anotações de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e condenado com outros sete réus no Núcleo 1 da ação por tentativa de golpe de Estado.>
Em uma das ocasiões, Ramagem afirmou: “Estou com a ajuda de Denicoli nessa empreitada”, referindo-se ao trabalho de levantamento de informações sobre as urnas eletrônicas. Esses dados levaram à criação de um documento usado em uma live do influenciador argentino Fernando Cerimedo, com o objetivo de atacar o sistema eleitoral brasileiro.>
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A outra situação citada por Alexandre de Moraes diz respeito à delação de Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e também condenado no julgamento que apurou os crimes contra o Núcleo 1. Ao ser questionado pelo ministro, Cid confirmou que Denicoli integrava o núcleo responsável por sustentar a disseminação de massiva desinformação sobre fraude nas urnas.>
"Mauro César Barbosa Cid, em seu depoimento na qualidade de informante do juízo, e aqui é importante salientar que o réu colaborador foi ouvido também nesse núcleo, na condição de informante do juízo, destacou a função de Ângelo Martins Denicole no âmbito da empreitada delitiva, corroborando todas essas provas trazidas do vínculo do réu com a organização criminosa", destacou o ministro. >
Cid ainda afirmou que Denicoli era o ponto de ligação da organização criminosa com o influenciador argentino Fernando Cerimedo.>
Alexandre de Moraes manifestou, por fim, que o envolvimento de Angelo Martins Denicoli na trama golpista é comprovado por provas fartas, não havendo dúvida da sua participação nos atos de tentativa de golpe de Estado.>
Salientou ainda que o morador de Colatina e os outros réus atuaram para insuflar a população contra as instituições democráticas.>
“Ângelo Martins Denicoli, efetivamente, esteve vinculado à organização criminosa em unidade de desígnios, desempenhando função relevante para a concepção do objetivo antidemocrático e golpista do grupo delitivo”, disse o ministro.>
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