Repórter / [email protected]
Repórter / [email protected]
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 18:04
Gritando palavras de ordem e exibindo faixas com frases como “justiça já e corrupção mata”, um grupo de manifestantes iniciou um protesto em frente à Câmara de Vereadores da Serra na tarde desta quarta-feira (20), pouco antes do início da sessão da Casa, marcada para às 17 horas. A manifestação foi realizada contra um suposto caso de corrupção exposto na última quinta-feira (14), envolvendo vereadores do município.>
O grupo chegou a entrar nos limites da Câmara. A maior faixa exibida pelo grupo estampava “corrupção: o mal que tem que ser cortado pela raiz”. Vídeos recebidos pela reportagem de A Gazeta mostram que a equipe de segurança do local acompanhou de perto a movimentação.>
Os vereadores citados no suposto esquema de corrupção são Saulinho da Academia (PDT), presidente da Câmara; Cleber Lima Pereira (MDB); Wellington Alemão (Rede); e Teilton Valim (PDT). Com exceção de Teilton, todos integram a Mesa Diretora da Casa. Os outros nomes apresentados na denúncia são dos ex-vereadores Luiz Carlos Moreira, presidente do MDB na Serra, e Aloísio Ferreira Santana. Eles são suspeitos de intermediariam interesses de um empresário para a construção de uma clínica. A peça acusatória do Ministério Público do Espírito Santo não aponta qual seria a empresa envolvida no caso. >
O grupo é investigado por corrupção passiva — crime que se caracteriza quando um agente público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida em razão do cargo. Segundo a denúncia apresentada à Justiça, anexada ao requerimento, os parlamentares teriam solicitado e aceitado promessa de vantagem indevida no primeiro semestre de 2024. Já Moreira e Santana seriam os responsáveis pela promessa de pagamento.>
>
O MPES, ao apresentar a denúncia, solicitou o afastamento dos vereadores, alegando ser necessário porque as condutas investigadas guardam relação direta com o exercício dos mandatos. Dessa forma, o pedido tem o objetivo de prevenir que os parlamentares continuem a cometer irregularidades ou atrapalhem as investigações. A solicitação ainda não foi acatada pela Justiça.>
O esquema de propina chegaria a R$ 100 mil para os envolvidos, para aprovação de um projeto de lei encaminhado pela Prefeitura da Serra em 2024. Os indícios de crime são descritos pelo MP com base em um áudio de uma reunião entre os denunciados, em que eles teriam negociado vantagens indevidas.>
Em nota, a Câmara afirmou que mantém "seu compromisso como espaço público e democrático, aberto à participação da sociedade. Como instituição representativa, respeitamos o direito constitucional de manifestação pacífica e entendemos que a pluralidade de vozes faz parte da vida democrática. Reiteramos, no entanto, a importância de que todas as manifestações ocorram de forma ordeira, com respeito às pessoas, ao patrimônio público e ao pleno funcionamento das atividades legislativas.">
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta