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Vitória tem ato contra projeto que pode reduzir pena de Bolsonaro

Vitória tem ato contra projeto que pode reduzir pena de Bolsonaro

Protesto realizado neste domingo (14), na Ufes, faz parte de mobilização contra o PL da Dosimetria, aprovado na última quarta (10) pela Câmara dos Deputados

Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 18:02

O protesto faz parte de uma manifestação nacional contra o projeto de lei da Dosimetria

Um protesto contra o Projeto de Lei da Dosimetria foi realizado no campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória, neste domingo (14). A ação faz parte de uma movimentação nacional contra a proposta, que prevê redução do tempo de prisão de condenados por tentativa de golpe de Estado e pela invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (10), e agora será analisado pelo Senado.

Conforme o g1, cálculos do relator da proposta na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP) apontam que o tempo de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – um dos condenados pela tentativa de golpe de Estado – pode cair de 27 anos e 3 meses para cerca de 2 anos e meio, caso o projeto passe a vigorar.

Convocado em todo o país, o protesto na Ufes ocorreu debaixo de chuva e teve a participação de movimentos sociais, sindicais, estudantis e de representantes de partidos de esquerda, como o deputado federal Helder Salomão (PT). Em entrevista ao fotojornalista Carlos Alberto Silva, de A Gazeta, o parlamentar destacou a importância da manifestação.

"É bom que a gente lembre da PEC da Blindagem. As manifestações de setembro culminaram com a derrubada do PL da Blindagem no Senado Federal e nós esperamos o mesmo agora. Em todo o Brasil, estamos reunidos para denunciar mais uma manobra de alguns parlamentares que querem blindar criminosos. É importante dizer que a redução das penas, chamada de PL da Dosimetria, vai beneficiar o ex-presidente Bolsonaro, mas beneficia, por exemplo, criminosos como Fernandinho Beira-Mar, Marcola e outros, porque eles terão o tempo de prisão fechada diminuído, se esta lei for aprovada", detalhou o petista.

Com o lema "Congresso Inimigo do Povo", alguns manifestantes exibiam cartazes com ataques ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos). Faixas também pediam o fim da escala 6x1, adotada em algumas categorias.

Ato contra PL da Dosimetria, na Ufes, em Vitória por Carlos Alberto Silva
Protesto contra a PL da Dosimetria
Protesto contra a PL da Dosimetria Crédito: Carlos Alberto Silva

Em todo o Brasil

Os protestos aconteceram em ao menos 15 capitais: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Belém, Natal, São Luís, João Pessoa, Campo Grande, Maceió, Teresina, Cuiabá, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre. As manifestações em terras fluminenses e paulistas começaram por volta das 14h com público visivelmente menor do que dos atos de 21 de setembro, contra a PEC da Blindagem, que reuniram cerca de 40 mil pessoas cada.

Na Avenida Paulista, o carro de som se posicionou no quarteirão entre as ruas Itapeva e Peixoto Gomide em frente ao Masp, onde os manifestantes se reuniram. O ato no Rio de Janeiro ocupa um quarteirão da avenida Atlântica, em Copacabana, e começou às 14h, com discursos de representantes de diferentes categorias sociais e ato musical, com a presença de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Lenine. 

As falas se concentram em críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos). Um dos trios foi coberto com uma bandeira com o rosto de Motta e a inscrição "Congresso inimigo do povo". Houve também discurso contra a escala de trabalho 6x1.

Em Salvador, os manifestantes se concentraram na altura do Morro do Cristo e saíram em passeata pela orla da Barra. Eles carregavam um boneco representando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com cartazes que o chamavam de covarde, corrupto e golpista. Outros manifestantes levavam cartazes chamando o Congresso Nacional de "inimigo do povo" e comparando os parlamentares a criminosos.

 "Com esse Congresso não dá" e "sem anistia para golpistas de ontem e de hoje" foram algumas das frases estampadas em faixas carregadas pelos manifestantes em diferentes estados. 

O PL da Dosimetria ainda tem que passar pelo Senado. O presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), disse que a matéria deve ser votada ainda neste ano. Nesse caso, a proposta precisa ser votada nesta semana, antes do recesso parlamentar de fim de ano.

Como votaram os deputados do ES?

O PL foi aprovado na Câmara dos Deputados na madrugada de quarta-feira (10). O texto-base do Projeto de Lei da Dosimetria reduz as penas e o tempo de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais condenados por tentativa de golpe de Estado, incluindo os envolvidos nos atentados de 8 de janeiro de 2023.

Ao todo, foram 291 votos a favor, 148 votos contra e 1 abstenção; 72 deputados estavam ausentes. A maioria da bancada capixaba na Câmara foi favorável ao projeto. Entre os 10 deputados federais que representam o Espírito Santo, sete votaram a favor, dois foram contra e um esteve ausente. Confira abaixo o placar.

  • Amaro Neto (Republicanos) - Sim
  • Da Vitoria (PP) - Sim
  • Evair de Melo (PP) - Sim
  • Dr. Victor Linhalis (Podemos) - Sim 
  • Gilson Daniel (Podemos) - Sim
  • Gilvan da Federal (PL) - Sim
  • Helder Salomão (PT) - Não
  • Jack Rocha (PT) - Não
  • Messias Donato (Republicanos) - Sim
  • Paulo Folleto (PSB) - Ausente, mas favorável ao projeto.

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