Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 16:25
Logo após ter sido eleito para presidir o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), em outubro do ano passado, o desembargador Ronaldo Gonçalves de Sousa afirmou que não havia previsão para realização de concurso público. Já na última quinta-feira (30), quando presidiu a primeira sessão da Corte de 2020, mencionou a "possibilidade" de um concurso, tanto para juízes quanto para servidores do Judiciário. >
Previsão ainda não tem, mas a ideia é realizar o certame durante a gestão de Sousa, que tem duração de dois anos. Para isso, aponta o presidente do TJES, será preciso cortar gastos. E uma das principais medidas seria a unificação de comarcas. >
"É preciso reduzir os gastos para fazermos concurso. A cada dia que passa, a cada mês que passa é mais juiz aposentando e funcionário aposentando, então temos que arrumar uma saída para isso", afirmou.>
"Avalio (fazer um concurso), talvez não hoje. Existe uma possibilidade, tudo vai depender desse enxugamento das despesas", complementou. "Bem provável (ser durante a gestão atual). Tanto para servidor quanto para juiz.">
>
Como se daria esse enxugamento? "Integração de comarcas", exemplificou o desembargador. >
A integração, ainda que não representasse a exclusão definitiva de comarcas, é uma medida polêmica já em estudo pelo TJES. Na prática, algumas cidades que hoje contam com um juiz, um promotor, servidores e uma estrutura exclusiva para tratar dos casos Judiciais locais, ficariam sem esse aparato e os processos tramitariam em outras comarcas, às quais essas seriam integradas.>
É uma medida que geraria economia de recursos, principalmente quando se trata de um município pequeno, com uma carga de trabalho que não justificaria a despesa empregada. >
Por outro lado, a população dessas cidades poderia se sentir desassistida. Políticos do interior também têm se articulado, temem a perda de prestígio dessas localidades se o Tribunal implementar a integração. >
Ex-presidente do TJES, o desembargador Sérgio Gama, que antecedeu Ronaldo Gonçalves de Sousa, também em entrevista para A Gazeta ainda em dezembro, lembrou que o estudo sobre a integração foi uma determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "É inconcebível você pensar que, por exemplo, Água Doce do Norte é uma comarca".>
Uma comissão do TJES realiza estudos para apontar onde seria possível fazer a integração, mas ainda não há definição. >
"A comissão está entregando agora a análise deles, vai passar pelo crivo da presidência e posteriormente submetida ao tribunal (ao Pleno, formado por todos os desembargadores)", afirmou o presidente da Corte. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta