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Menções a 'impeachment' no Twitter crescem 140% após saída de Moro

Menções a "impeachment" no Twitter crescem 140% após saída de Moro

Nesta sexta-feira (24), 71% das postagens que citavam Jair Bolsonaro eram negativas, enquanto 29% eram positivas

Publicado em 24 de abril de 2020 às 21:38

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Jair Bolsonaro e Sergio Moro
Antes aliado de Bolsonaro, Sergio Moro pediu demissão do cargo de ministro nesta sexta-feira (24). ( Carolina Antunes/PR)

A saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça, anunciada na manhã desta sexta-feira (24), pode ter um efeito colateral grave para o mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As menções à palavra "impeachment" em publicações no Twitter cresceram 140% em relação ao dia anterior,  segundo análise de Sergio Denicoli, pós-doutor em Comunicação e analista da AP Exata.

Dados coletados até as 19h desta sexta mostram ainda que 71% das postagens que citavam Jair Bolsonaro eram negativas, enquanto apenas 29% eram positivas.   Foram analisados 412 mil tuítes geolocalizados, publicados em 145 cidades de todos os Estados brasileiros.

"A palavra 'impeachment' já havia sido vinculada ao presidente nas redes em outros momentos, mas nunca com essa intensidade. Antes aparecia mais como uma palavra de protesto. Em nenhum momento se falava com tanta robustez de isso de fato acontecer. Agora foi como uma possibilidade real", avalia o especialista.

A hashtag #ForaBolsonaro foi a mais utilizada nas publicações que mencionaram o presidente. Em segundo lugar ficou a hashtag #BolsonaroTraidor.

QUEDA DE POPULARIDADE DESDE O INÍCIO DO ANO

Em relação aos sentimentos das redes, a confiança no presidente reduziu 14 pontos, caindo de 27% antes do pedido de demissão, para 13% após a saída de Moro. Denicoli explica que a popularidade do presidente no Twitter tem diminuído desde o início do ano. Segundo levantamento da Exata, em nenhum dos dias de abril, as mensagens em apoio ao presidente superaram em volume aquelas contrárias.

"No primeiro ano, Bolsonaro governou muito com as redes sociais, conseguindo aprovação da Reforma da Previdência com grande apoio das redes. No segundo ano, a economia não foi tão forte e as coisas mudaram de figura. Houve uma oposição orgânica crescente", conta.

SAÍDA DE MORO CAUSOU "RACHA" NA BASE DE BOLSONARO

Ainda assim, o presidente continuava se relacionando de maneira muito próxima com seu eleitorado, que é muito ativo nas redes. Porém, o pedido de demissão de Sergio Moro provocou um racha nessa base.  "Muitas pessoas passaram a criticá-lo, principalmente por conta do conteúdo que o ministro falou", afirmou Denicoli. Em pronunciamento, Moro acusou Bolsonaro de querer interferir em investigações da Polícia Federal.

ROBÔS

O especialista citou ainda a presença e a atuação de robôs no Twitter que alimentam a militância bolsonarista e inflamam ataques contra políticos e outras autoridades. "Assim foi contra o Mandetta (ex-ministro da Saúde) e agora é contra o Moro. Mas nem todas as narrativas circulam bem. É tentativa e erro", diz. Segundo o especialista, no ano passado, 9,2% das mensagens de apoio ao presidente vinham de robôs.

Em pronunciamento nesta sexta-feira (24/04), Sergio Moro informou que deixa o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro(Marcello Casal Jr/Agência Brasil )

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