> >
Maioria da bancada capixaba deve votar em Lira para presidência da Câmara

Maioria da bancada capixaba deve votar em Lira para presidência da Câmara

Dos 10 deputados federais, quatro declararam abertamente o voto em Arthur Lira (PP). Há inclinação, contudo, de pelo menos mais três parlamentares apostarem no candidato apoiado por Bolsonaro

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 18:37- Atualizado há 3 anos

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Cúpula da Câmara dos Deputados, em Brasília
Cúpula da Câmara dos Deputados, em Brasília. (Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)
Autor - Iara Diniz
Iara Diniz
Repórter de Política / [email protected]

A 10 dias da eleição que vai decidir quem será o próximo presidente da Câmara dos Deputados, boa parte dos parlamentares da bancada capixaba em Brasília já tem o voto definido. A maioria deve seguir com Arthur Lira (PP), candidato do Centrão e apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Quatro dos 10 deputados federais do Espírito Santo declararam abertamente que vão votar em Lira. Mas, de acordo com o que foi apurado pela reportagem, pelo menos mais três parlamentares estão inclinados a apostar no candidato do Palácio do Planalto. 

Já Baleia Rossi (MDB) deve contar com voto de três parlamentares capixabas, apesar de apenas um deles, o deputado Helder Salomão (PT), ter se manifestado sobre o voto. Baleia lidera um grupo de partidos, incluindo os da oposição, e é o candidato apoiado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

Arthur Lira e Baleia Rossi são os principais nomes à presidência da Câmara, mas não os únicos a concorrer. A eleição acontece no dia 1º de fevereiro e o voto é secreto. Logo, os parlamentares podem contrariar a orientação dos partidos e também votar diferentemente da forma declararam.

QUEM APOIA ARTHUR LIRA

Arthur Lira é filiado ao PP, partido que compõe o Centrão e foi um dos principais envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato. O presidente Jair Bolsonaro já foi filiado à sigla e especula-se, inclusive, que ele possa voltar a integrar o PP para disputar a reeleição em 2022.

A maioria dos apoios de Lira para presidir a Câmara dos Deputados vem de parlamentares bolsonaristas, principalmente dos que compõem a bancada BBB (bala, boi e bíblia). Entre os partidos que já fecharam com o candidato do presidente estão o PSD, PL, e o Republicanos. 

Os deputados federais Amaro Neto (Republicanos) e Neucimar Fraga (PSD) já declararam que vão votar seguindo a orientação dos partidos a que são filiados. Ou seja, são dois votos para Arthur Lira. 

Quem também já se manifestou a favor do deputado é Soraya Manato (PSL). O PSL passa por uma debandada para o grupo de Lira, apesar de a cúpula do partido apoiar Baleia Rossi. Soraya foi assertiva ao dizer que vai apoiar o candidato de Jair Bolsonaro. 

Outro deputado que já declarou o voto, e sem surpresas, é o deputado federal Evair de Melo (PP). Evair é um dos vice-líderes do governo na Câmara e filiado ao partido de Arthur Lira. Está ao lado do correligionário.

Evair, inclusive, articulou uma visita de Lira ao Espírito Santo na próxima segunda-feira (25). O candidato vai participar de um encontro com a bancada capixaba e com o governador Renato Casagrande (PSB). 

Outros deputados que, apesar de não declaradamente, estão inclinados a votar em Lira são Da Vitória (Cidadania), Norma Ayub (DEM) e Lauriete (PSC). Os dois primeiros se manifestaram por meio de nota, dizendo que ainda não decidiram o voto e estão conversando com os candidatos. 

Norma, contudo, deixou claro que a decisão não é partidária. O DEM faz parte do bloco de partidos que apoia Baleia Rossi. A situação é a mesma com o Cidadania, partido de Da Vitória. A sigla está com o candidato que faz oposição ao Planalto, mas o parlamentar capixaba não deve seguir a orientação do partido. 

Lauriete, por sua vez, não respondeu aos questionamentos da reportagem. 

Lira é réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF). Por causa disso, se eleito presidente da Câmara, ele não vai entrar na linha de substituição da Presidência da República. Ou seja, em caso de ausência do presidente Jair Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), ele não poderá assumir o cargo temporariamente. Terá que passar a vez ao presidente do Senado.

De acordo com decisão do STF, réus não podem assumir a Presidência da República.

QUEM VAI VOTAR EM BALEIA

Candidato de Rodrigo Maia e da aliança contra Bolsonaro, Baleia Rossi conta com o apoio de partidos mais alinhados à esquerda, entre eles o PT. O deputado federal Helder Salomão (PT) já se manifestou e vai votar no emedebista. 

Apesar de algumas divergências internas, o PSB também integra o bloco que apoia o nome do deputado do MDB. No Estado, dois parlamentares são filiados ao PSB, partido do governador Renato Casagrande: Felipe Rigoni e Ted Conti.

Rigoni disse que ainda está conversando com os candidatos e que já teve uma conversa com Baleia Rossi, contudo, não cravou que vai votar no candidato para a presidência da Câmara. A reportagem não conseguiu falar com Ted Conti. 

Ao contrário de Lira, Baleia Rossi não esteve no Espírito Santo para articular votos. Mas seu principal apoiador, Rodrigo Maia, fez uma visita ao governador Renato Casagrande no início de dezembro. Na ocasião, ele também se reuniu com membros da bancada capixaba, entre eles Rigoni e Ted Conti. 

Quando a visita ao Espírito Santo aconteceu, a candidatura de Baleia Rossi ainda não estava posta e havia uma expectativa de que Maia conseguisse ser candidato à reeleição, caso o STF interpretasse que isso seria constitucional. A resposta do Supremo, no entanto, foi negativa. 

A candidatura de Baleia Rossi, apoiada por Maia, somente foi lançada quase no fim de dezembro. Isso acabou deixando o partido com pouco tempo para se articular. Recentemente, o deputado do MDB tem visto uma debandada de partidos de blocos que declararam apoio a ele para o lado de Lira. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais