Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 15:51
Já descartado das eleições de 2020 pelos próprios membros, o Aliança pelo Brasil fará seu primeiro evento oficial no Espírito Santo neste sábado (29). O encontro do novo partido que o presidente Jair Bolsonaro quer criar deverá contar com a presença de lideranças nacionais e defensores do bolsonarismo.>
Estão confirmadas as visitas da deputada federal Carla Zambelli (PSL), que é vice-líder do PSL na Câmara; o deputado federal Daniel Silveira (PSL), conhecido por quebrar uma placa de homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL), em 2018; e a advogada e futura tesoureira do Aliança pelo Brasil, Karina Kufa. Segundo os organizadores, Bolsonaro irá fazer uma "live" ao lado da deputada federal Bia Kicis (PSL) exclusiva para o evento, que acontecerá no Centro de Convenções de Vitória, a partir das 10h.>
As expectativas de que o partido pudesse disputar as eleições municipais de 2020 foram praticamente anuladas pelo vice-presidente do Aliança, Luís Felipe Belmonte. Ele admitiu, ao Estadão, que a nova legenda não deve conseguir participar do pleito neste ano. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 3.334 apoiamentos foram considerados aptos para a criação do partido são necessários pelo menos 492 mil assinaturas. O Aliança alega ter mais de 1 milhão de signatários. >
No Espírito Santo, o partido conta com cerca de 5,7 mil assinaturas, segundo os responsáveis pela coleta. O número já está acima do mínimo necessário para a criação da legenda, fixada em 0,1% do eleitorado de um Estado, ou, no caso do Espírito Santo, 1.933 signatários. A meta para os capixabas é de recolher 9.665 assinaturas, ou 0,5% dos eleitores. Contudo, na base de dados do TSE, nenhuma assinatura foi considerada apta no Estado. >
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Como ainda não foi criado oficialmente, o Aliança pelo Brasil não definiu líderes nos Estados. O ex-secretário de Desenvolvimento de Vila Velha Idalécio Carone foi escolhido para ser o anfitrião e organizador do evento. Segundo ele, as expectativas para o encontro e a coleta de assinaturas no Estado são as melhores possíveis. >
"Estamos indo bem com a coleta de assinaturas, caminhando para cumprir a meta e com muita gente ainda querendo se filiar", afirmou. O evento está programado para acontecer no Centro de Convenções de Vitória, a partir das 10h da manhã do sábado. >
Ex-presidente do PSL no Espírito Santo, o ex-deputado federal Carlos Manato (PSL) acredita que até julho deste ano o novo partido deve ser criado. Ele não descarta que, apesar de não poder inscrever candidatos, o Aliança possa apoiar algumas candidaturas.>
"Isto é uma hipótese, que vai ser analisada lá na frente, depois que o partido estiver pronto. Tem alguns nomes ligados a Bolsonaro aqui no Estado que vão disputar prefeituras, por outros partidos", contou.>
Dos três deputados estaduais eleitos pelo PSL, que já cogitaram ir para o Aliança pelo Brasil, apenas Torino Marques (PSL) deverá passar no Centro de Convenções de Vitória. O parlamentar chegou a cravar em novembro que sairia do PSL para se filiar ao Aliança. Atualmente, após a saída de Manato, ele assumiu a vice-presidência do partido. "Estou empenhado para os projetos do PSL para as eleições de 2020. Independentemente da formação do Aliança, mantenho firme meu apoio ao presidente Bolsonaro, pois o governo está dando certo de uma maneira geral", disse Torino por nota.>
O deputado estadual Capitão Assumção (PSL) tem organizado mutirões de coleta de assinaturas pelo novo partido de Bolsonaro. A reportagem o procurou, mas ele ainda não se manifestou.>
O deputado Danilo Bahiense (PSL), que também anunciou que deixaria o partido pelo qual se elegeu, vai disputar a Prefeitura de Vila Velha pela sigla. Ele afirmou, via assessoria de imprensa, que não participará do evento do Aliança pelo Brasil.>
Com casos confirmados de coronavírus no Brasil, surgiram nas redes sociais mensagens pedindo o cancelamento de atos pró-Bolsonaro, marcados para o próximo dia 15 de março. No Espírito Santo, surgiram nos últimos dias dois casos suspeitos, um deles já descartado e outro em análise. Para Dárcio Bracarense, que também tem ajudado na coleta de assinaturas no Estado, não há necessidade de se preocupar com a doença neste momento.>
"Há doenças, como o sarampo e a dengue, que matam mais aqui no país. Eu vejo muitas vezes um alarde desnecessário sobre o coronavírus", analisa. Idalécio Carone lembra que o evento, inicialmente marcado para o dia 14, já foi adiado, por conta das vítimas das chuvas no Sul do Estado no início de fevereiro. "Não acho que atrapalha. Não há casos confirmados ainda", pontuou.>
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