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Publicado em 14 de novembro de 2024 às 17:56
Em meio aos depoimentos dos presentes no velório de Max Mauro, ex-governador do Espírito Santo, que faleceu aos 87 anos na madrugada desta quinta-feira (14), emergiu a lembrança de seu legado de luta contra a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985). Ele seguiu os passos do pai, Saturnino Rangel Mauro, que foi sindicalista, deputado estadual por dois mandatos e um dos fundadores do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Estado. >
Com a implantação do regime e a implementação do bipartidarismo, apenas com as legendas Arena, de sustentação ao regime e Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que concentrava as forças de oposição, Saturnino Mauro ingressou no partido oposicionista e foi seguido pelo filho, que sempre o acompanhava na vida política.>
Na despedida, realizada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), o ex-presidente da Ales Dilton Lyrio Netto relembrou o período. “Conheço o Max há mais de 60 anos. Tivemos um bom relacionamento, inclusive na luta contra a Ditadura Militar, organizando o MDB no Estado. Coincidiu que eu presidi a convenção que o escolheu candidato ao governo do Estado. Eu me lembro que até duas horas da madrugada eu estava na casa dele contando votos, fazendo as gestões necessárias”, rememorou.>
“Max foi um governador sério, ele conciliava. Só não tinha conciliação e entendimento com os corruptos, e estava certo que o bom governante não pode roubar nem deixar roubar”, acrescentou Lyrio Netto à reportagem de A Gazeta.>
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Outro ex-companheiro nas fileiras de combate ao regime antidemocrático era Erasto de Aquino e Souza, hoje com 94 anos de idade. O ex-prefeito de Itarana, no Noroeste do Estado, percorreu os cerca de 80 quilômetros que separam a cidade da capital, Vitória, para prestar as últimas homenagens ao amigo. “A gente se chamava de 'Os Autênticos do MDB'”, narrou, em referência ao grupo de maior oposição à Ditadura dentro do partido.>
Max Mauro comandou o Estado entre 1987 e 1991, foi deputado estadual (1975-1979) e deputado federal por três mandatos (1979-1983, 1983-1987 e 1999-2003). Ele, que também tinha o diagnóstico de Alzheimer, passou 60 dias internado em um hospital da Capital para tratar uma pneumonia e morreu durante a madrugada por uma insuficiência renal.>
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