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Publicado em 14 de dezembro de 2021 às 19:45
O Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCES) alertou os prefeitos e presidentes das câmaras dos 78 municípios do Estado de que eles não podem dar reajuste ou abono aos servidores no ano de 2021. O entendimento da Corte de Contas vale até mesmo para os benefícios aprovados neste ano, mas previstos para serem pagos no ano que vem.
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A justificativa é baseada na Lei Complementar 173/2020. Ela determina que, como contrapartida pelo socorro fiscal dado pelo governo federal aos Estados e municípios na pandemia, eles se comprometem a não aprovar nenhuma nova lei que aumente os gastos com servidores até 31 de dezembro de 2021. >
Essa regra vale para reajuste salarial, mesmo que para repor inflação, e outros benefícios como abonos ou auxílios aos servidores. A exceção são os trabalhadores da Saúde e os professores da Educação Básica.
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"Não é possível a edição de lei municipal e/ou estadual no ano de 2021, concedendo a revisão geral anual aos servidores, prevista no art. 37, inciso X, da Constituição Federal (CF), com vigência a partir do próximo ano, visto que essa proibição vale também para lei que for editada em 2021 para vigorar em 2022", diz parecer do TCES.>
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Também não pode haver mudança no plano de cargos e salários, seja para reestruturação de carreira ou de cargo isolado, que implique no aumento de despesa. >
Segundo a Corte de Contas, os governos que desrespeitarem esse entendimento serão investigados e poderão responder por crime contra as finanças públicas.>
A concessão de reajuste e benefícios é autorizada no caso dos profissionais da saúde que atuaram diretamente no combate a pandemia. No início de dezembro, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou projeto do governo do Estado para conceder abono de até R$ 3 mil aos trabalhadores dessa área. >
O mesmo texto concede R$ 6,5 mil para os trabalhadores da educação. Os profissionais do magistério de diversos municípios também puderam receber o dinheiro extra. >
O motivo, nesse caso, é a mudança na lei que regulamenta o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Até 2020, 60% do recurso do fundo tinha que ser gasto com pagamento de pessoal. Esse percentual subiu para 70% em 2021. >
Além disso, alterações na distribuição do dinheiro fez com que várias cidades do Estado ganhassem uma parcela maior de recursos neste ano.
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Em dezembro, cidades como Vitória, Cariacica e Fundão anunciaram abono a todos os servidores. Contudo, eles esclareceram que o projeto de lei que vai autorizar o gasto só será enviado ao legislativo municipal no ano que vem. >
Nesses casos, a concessão do benefício corresponde com o entendimento do TCES, já que o novo gasto será criado após 31 de dezembro deste ano. >
Também foi anunciado o reajuste de 20% aos policiais civis do Estado. Segundo entrevista do governador Renato Casagrande à colunista Letícia Gonçalves, essa alteração obedece a uma decisão judicial que dizia que os agentes estavam em desvio de função. A legislação autoriza a concessão de aumento de salário de servidores em casos de determinação da Justiça. >
A Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), em nota, reiterou que o reajuste aprovado para os agentes da Polícia Civil é fruto de um acordo judicial, firmado pelo governo do Estado com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES). >
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