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Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 20:37
O governo do Estado anunciou e a Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou, nesta semana, um bônus de até R$ 3 mil para profissionais da saúde e de R$ 6,5 mil para profissionais da educação. O pagamento será feito ainda no contracheque de dezembro. No caso da educação, não são todos os servidores estaduais que terão direito ao benefício.>
Em novembro, o Executivo Estadual informou que seus servidores não receberiam abono em 2021. O motivo é o mesmo que levou à falta do benefício no ano passado: a Lei Complementar nº 173, de maio de 2020, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.>
A norma, conhecida como lei de socorro a estados e municípios, editada em meio à pandemia de Covid-19, proíbe a concessão de reajustes e benesses como o abono até 31 de dezembro de 2021. Contudo, há brechas na legislação que permitiram, por exemplo, a concessão de extras aos profissionais da saúde e da assistência social que atuaram no enfrentamento à crise sanitária.>
Para quem, no período de abril de 2020 a setembro de 2021, trabalhou 12 meses ou mais, o bônus será de R$ 3 mil. Para quem trabalhou de seis meses a um ano, o abono será R$ 2 mil, conforme explicou o governador Renato Casagrande, em transmissão realizada nas redes sociais na noite de quarta-feira (8).>
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“Por reconhecimento ao trabalho dos servidores [da saúde] e porque a legislação permite, estamos concedendo R$ 2 mil e R$ 3 mil pelo tempo que trabalhou na gestão da Covid. É uma notícia boa que tenho certeza que todo mundo aprova, todo mundo apoia, porque todo mundo viu o esforço dos servidores da área da saúde [durante a pandemia]”, destacou o governador.>
O caso da educação é diferente. A Lei 173/20 não permite reajustes ou concessão de benefícios para esta área. Entretanto, no ano passado, também foi aprovada uma Emenda à Constituição que eleva de 60% para 70% a despesa mínima do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) que os Estados e municípios precisam ter com gasto de pessoal. O Espírito Santo destinava, então, 62% dos recursos do fundo para esta finalidade.>
“Uma emenda à Constituição exigiu que elevássemos a aplicação do dinheiro com salário do magistério, e uma lei proibiu a concessão de benefícios. Então o que fazer? Em abril deste ano, fui ao Supremo [Tribunal Federal] e defendi que pudéssemos pagar os salários dos professores, ampliando os salários. O Supremo não nos respondeu até agora. Para não ficarmos nessa encruzilhada, fomos ao Tribunal de Contas do Estado.”>
O governador explicou que o TCE entendeu que um aumento de salário era possível e necessário, e, há cerca de um mês e meio, foi feito um aumento que os profissionais passaram a receber em novembro, conforme noticiou A Gazeta.>
“Uma média de 18,25% de correção salarial para a gente buscar alcançar os 70% [mínimos de aplicação do Fundeb]. Graças a Deus a receita do Estado cresceu nessa reta final do ano, mas essa concessão do aumento não permitiu que a gente chegasse aos 70% ainda. Então a gente teve que dar um bônus Fundeb, no valor de R$ 6.500. Infelizmente esse bônus não pode ir para todos os trabalhadores da educação, que eu queria conceder, porque a decisão da Tribunal de Contas especifica quais são os trabalhadores que podem receber.”>
Só podem receber o dinheiro extra aqueles servidores que receberem pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb 70), que representam 14 mil pessoas. As verbas salariais serão contabilizadas como despesa mínima de 70% do fundo que os Estados e municípios precisam ter com gasto de pessoal. Para que tenha direito, o funcionário deve cumprir, cumulativamente, critérios como ter vínculo ativo e exercer atividades nas escolas públicas da rede estadual.>
Os profissionais que atuam em áreas administrativas da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), ou seja, não estão em sala de aula, não receberão o recurso extra. A limitação também tem como base uma recomendação feita pelo TCE ao governo estadual.>
Também não receberão o bônus os servidores que têm o salário pago por recursos próprios do Tesouro Estadual, por causa das restrições impostas pela lei federal 173/2020.>
“Alguns trabalhadores ficaram, naturalmente, tristes com isso. Eu também fiquei triste porque queria conceder [o bônus] para todos os servidores da educação, mas a decisão do Tribunal de Contas não permitiu que a gente pudesse fazer isso. No mais, fico feliz por quem vai receber mais uma ajuda financeira nesse final de ano”, finalizou Casagrande.>
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