Publicado em 10 de novembro de 2020 às 06:00
Entre as prioridades de investimento das campanhas eleitorais do Espírito Santo está o impulsionamento de conteúdo na internet. Os candidatos que concorrem aos cargos de prefeito e vereador no Estado já gastaram, juntos, mais de R$ 1 milhão com despesas dessa natureza. É por isso que, às vezes, você está passando pelo feed do Facebook ou assistindo aos stories no Instagram e dá de cara com a propaganda eleitoral de algum candidato que, talvez, ainda não conheça.>
Funciona assim: os candidatos pagam empresas como o Google e o Facebook para que suas publicações nas redes sociais Facebook, Instagram e YouTube apareçam para um público específico, como se fossem anúncios. As plataformas permitem que o candidato escolha o tipo de pessoa vai receber aquela publicação. Por exemplo, ele pode definir que mais pessoas do município onde ele concorre tenham acesso ao conteúdo.>
A modalidade é permitida pela legislação eleitoral e, com o protagonismo que as redes sociais têm ocupado, cada vez mais utilizada. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite que os candidatos usem, também, anúncios pagos do Google Ads, que aparecem em destaque nas páginas de busca.>
Os candidatos que mais gastaram com esse tipo de publicidade são os que disputam prefeituras na Grande Vitória. É o que aponta levantamento feito por A Gazeta com dados disponíveis no repositório de dados do TSE. As informações foram atualizadas no dia 4 de novembro de 2020 às 22:15h. Até aquele momento, os candidatos em todo o Estado já haviam aportado um milhão e dezoito mil reais com impulsionamento. Foram considerados os gastos declarados, pelos próprios candidatos, como "despesa com impulsionamento de conteúdos.">
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Marcos Bruno (Rede), candidato à Prefeitura de Cariacica, lidera os gastos, com R$ 103 mil investidos apenas em impulsionamento. Ele é seguido por Fabrício Gandini (Cidadania), que disputa em Vitória e já gastou R$ 90 mil com isso, e Lorenzo Pazolini (Republicanos), adversário de Gandini, que gastou R$ 62 mil.>
No caso de Marcos Bruno, o campo de batalha virtual se torna um dos únicos espaços para divulgar suas propostas. Como o tempo de propaganda na TV e no rádio é distribuído de acordo com o tamanho da bancada federal de cada partido e a Rede só elegeu um representante para a Câmara dos Deputados em 2018, restam para o redista a rua e a internet. Cariacica não tem propaganda eleitoral na TV, porque não tem emissoras em seu território, mas os demais candidatos têm tempo no rádio.>
A Rede, no entanto, se preparou para o gasto. Marcos Bruno recebeu R$ 550 mil do fundo eleitoral que é distribuido pelo partido e, com isso, é o candidato com a campanha mais rica no município.>
Enquanto isso, em Vitória, Gandini e Pazolini estão em uma verdadeira guerra entre si para chegar ao segundo turno. Embora ocupem o pódium dos que mais gastaram na internet, os gastos com impulsionamento não são os mais altos das campanhas. A batalha entre os dois tem sido travada principalmente no horário gratuito de propaganda na TV e, por isso, o mair gasto de campanha de ambos é com produção de programas de rádio e TV. Gandini já gastou mais de R$ 430 mil com despesas do tipo e Pazolini, R$ 770 mil.>
Os candidatos ainda gastam com publicidade em materiais impressos, ou seja, métodos mais tradicionais de campanha, como santinhos, bandeiras e adesivos, produção de jingles, aluguel de carros de som e atividades de militância na rua. Tudo, no entanto, deve ser detalhadamente declarado à Justiça Eleitoral, tanto a origem dos pagamentos quanto quem os recebeu. >
No caso da publicidade na internet existem regras a serem respeitadas. Todas as publicações devem ser sinalizadas como propaganda eleitoral e identificar, de forma clara, quem pagou pelo conteúdo. Apenas partidos políticos, coligações e o próprio candidato podem finanicar os impulsionamentos.>
As propagandas também só podem ser publicadas nas páginas do candidato, do partido ou da coligação e os endereços devem ser informados à Justiça Eleitoral. Os apoiadores podem compartilhar o conteúdo, mas não publicar em suas contas pessoais e pagar pelo impulsionamento.>
Qualquer outro tipo de propaganda paga, por exemplo, em espaços de sites de pessoas jurídicas é ilegal, assim como o disparo de mensagens em massa em aplicativos como WhatsApp. Desde que entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados, os candidatos também não podem enviar mensagens em lista de transmissão sem a autorização dos eleitores.>
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