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Câmara da Serra: mais servidores ligados a vereadores afastados são exonerados

Câmara da Serra: mais servidores ligados a vereadores afastados são exonerados

Nesta quinta-feira (6), 38 comissionados que atuavam no gabinete dos parlamentares suspeitos de corrupção foram desligados

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 16:43

William Miranda
Plenário da Câmara da Serra: após afastamento de  quatro vereadores, suplentes ainda não foram convocados Crédito: Carlos Alberto Silva

Em uma nova leva de cortes, a Câmara da Serra exonerou mais 38  servidores ligados aos vereadores afastados por suspeita de corrupção. Na edição do Diário Oficial do Legislativo desta quarta-feira (6), foram relacionados os nomes de comissionados de Saulinho da Academia (PDT) e de Cleber Serrinha (MDB), como os 18 registrados na publicação da véspera, e também de Wellington Alemão (Rede) e Teilton Valim (PDT). 

Os servidores ocupavam os seguintes cargos e tinham remunerações distintas:

  • apoio parlamentar (R$ 2,5 mil)
  • assistente (R$ 4 mil)
  • assessor (R$ 5,2 mil)
  • chefe de gabinete (R$ 7,5 mil)

Além dos servidores que atuavam nos gabinetes dos quatro vereadores, a Câmara da Serra dispensou o diretor-geral na última segunda-feira (3). As exonerações, assinadas pelo presidente em exercício, William Miranda (União), acontecem mais de 40 dias após a Justiça acolher denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e determinar o afastamento dos vereadores por tempo indeterminado. 

Mas a dispensa dos servidores não está necessariamente ligada à convocação dos suplentes para ocupar uma cadeira na Casa de Leis, uma vez que a Câmara recorreu da decisão judicial que determinava a posse de Marcelo Leal (MDB), Dr. Thiago Peixoto (Psol), Wilian da Elétrica (PDT) e Sérgio Peixoto (PDT). O Legislativo obteve um posicionamento favorável do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) para suspender o ato que garantiria aos suplentes assumir as vagas

A Câmara da Serra foi procurada pela reportagem de A Gazeta para tratar das exonerações e da situação dos suplentes, mas não se manifestou. O espaço segue aberto.  

Saulinho da Academia, que presidia a Casa de Leis antes do afastamento, Cleber Serrinha, Wellington Alemão e Teilton Valim são apontados pelo MPES como integrantes de um esquema de propina, que chegaria a R$ 100 mil, e a Justiça acatou a denúncia contra os quatro por corrupção passiva — crime que se caracteriza quando um agente público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida em razão do cargo.

A motivação do suposto esquema seria a aprovação de um projeto de lei encaminhado pela prefeitura em 2024. Dois ex-vereadores, Luiz Carlos Moreira, presidente do MDB na Serra, e Aloísio Ferreira Santana, também são citados como mediadores das negociações irregulares e vão responder à ação por corrupção ativa.

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