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Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 09:50
Conhecido pela tranquilidade, Jardim da Penha, em Vitória, vê explodir casos de sequestro-relâmpago envolvendo transferências Pix exigidas pelos criminosos. Somente nos últimos dois meses foram contabilizados sete casos, mas a Polícia Militar fala em, pelo menos, dez ocorrências desde agosto. Em entrevista para A Gazeta, o major Isaac Rubim cita a existência de uma quadrilha e explica por que o bairro se tornou alvo de bandidos. >
O major da PM evidencia que desde agosto foram diversas ocorrências e houve certa dificuldade para catalogar cada uma, visto que algumas foram registradas como cárcere privado e outras até como furto. “Estamos fazendo um pente-fino. Em alguns casos, a vítima nem registrou devido ao medo. Desde agosto, são pelo menos dez sequestros envolvendo a transferência de Pix”, declara. >
Para a polícia, os crimes estão sendo praticados por uma quadrilha que se organizou para cometer os sequestros especificamente em Jardim da Penha. “Não é um caso isolado, de alguém que foi lá para roubar uma mulher. É um grupo que se organizou, uma quadrilha”, pontua o major Isaac, da Polícia Militar. >
Na avaliação da polícia, os criminosos escolheram Jardim da Penha pelas seguintes características:>
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“Eles restringem a liberdade da vítima porque as pessoas não andam mais com dinheiro, a maioria usa o Pix. Pedir um pix na rua no meio da rua não dá, porque vai chamar atenção, por isso precisam pegar a pessoa”, contextualiza.>
A Polícia Militar identificou, até o momento, que a quadrilha que tem agido em sequestros-relâmpagos com exigência de transferência de Pix é formada por cinco integrantes, todos da Grande Vitória: quatro homens e uma mulher. >
“Um homem fica andando no bairro, aborda e ataca até a vítima do crime, outro embarca, pega o cartão de crédito, vai fazendo compra, pede as senhas. Quando é só Pix, abandona vi tima em outra cidade, como Cariacica e Serra ou em bairros tipo Itararé e Santa Martha. Já a mulher não age em loco, fica fazendo compras e transferências”, detalha o major. >
Uma dúvida frequente é se não daria para identificar os criminosos rastreando para onde o dinheiro via Pix foi transferido. O policial explica que a quadrilha utiliza de contas laranjas para tentar ocultar a própria identificação.>
“Às vezes eles pegam a documentação de laranjas, até em situação de rua. Criam uma conta no banco por meio de fraude para uma pessoa que não existe ou alguém difícil de identificar.">
Para conter os crimes, a Polícia Militar aumentou o efetivo em Jardim da Penha e tem trabalhado para convencer as vítimas a registrarem boletim de ocorrência. Além disso, a corporação passou a usar o policiamento velado, com militares disfarçados em alguns pontos da localidade.>
Orientações para as vítimas:
• Observar a rua antes de sair de casa;
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Se houver algum homem ou uma dupla de boné e máscara contra a Covid-19, entre em contato com a Polícia Militar;
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Não entre na garagem se tiver algum homem com atitude suspeita nas proximidades;
• Telefone do DPM de Jardim da Penha: (27) 99203658 e (27) 3224-5280 ou denuncie pelo 190.
Questionada sobre a existência de uma quadrilha no bairro e sobre os sequestros, a Polícia Civil informou, em nota, que está atenta aos crimes na região e investiga todos os casos que chegam ao seu conhecimento. "No que lhe compete, a Polícia Civil do Espírito Santo tem empenhado esforços na investigação e elucidação deste tipo de crime, bem como na prisão de autores", afirma.>
"Cabe destacar que foi criado em dezembro um Núcleo Especializado em investigar crimes de extorsão com restrição de liberdade, dentro do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic). A população pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas", finaliza o texto. >
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