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PM instaura inquérito para investigar policial que bateu em frentista

PM instaura inquérito para investigar policial que bateu em frentista

Câmeras mostraram Joelcio Rodrigues sendo agredido pelo agente na semana passada; processo tem prazo de 60 dias para ser concluído

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 19:19

O frentista Joelcio Rodrigues denunciou o policial militar nesta terça-feira (28), na Corregedoria da PM Crédito: Larissa Avilez

Nesta terça-feira (28), a Polícia Militar instaurou um inquérito para investigar a conduta do 3º Sargento Clemilson Silva de Freitas, que deu um tapa no rosto de um frentista e apontou a arma para ele, durante a semana passada, em um posto de gasolina localizado na Praia de Itaparica, em Vila Velha.

A vítima, Joelcio Rodrigues dos Santos, esteve na Corregedoria da Polícia Militar nesta tarde para fazer a denúncia. "Eu fui atendido e eles falaram que o inquérito foi aberto e que o caso vai ser apurado. Disseram também para eu ficar tranquilo, porque agora o policial já tinha sido identificado. Graças a Deus”, contou aliviado na saída.

Esta não foi a primeira vez que o frentista foi ao local. Na última sexta-feira (24), ele tentou fazer a denúncia, mas foi orientado a procurar a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência. No próprio dia das agressões, Joelcio também já havia comparecido ao 4º Batalhão da Polícia Militar e feito um exame de corpo de delito.

"Esses dias, para mim, foram muito difíceis. Nunca tinha passado por essa situação. O nosso psicológico não fica bem. Agora eu espero que seja feita justiça, porque um policial desse é totalmente despreparado para lidar com a população de bem"

Joelcio Rodrigues dos Santos

Frentista e vítima

De acordo com as informações passadas pela Corregedoria a Joelcio, a conclusão do inquérito deve acontecer no prazo de 60 dias. Enquanto durar o processo, o policial militar permanecerá afastado das atividades operacionais, conforme declaração do Coronel Juffo, corregedor em exercício da PM no Espírito Santo.

CASAGRANDE: “AGIRÁ COM RIGOR”

Durante uma entrevista nesta terça-feira (28), concedida em Iúna, no Sul do Estado, o governador Renato Casagrande foi questionado sobre o episódio, pela jornalista Vilmara Fernandes, de A Gazeta, e respondeu que "a orientação é que a Corregedoria aja com rigor em relação a esse tipo de caso".

“O comando da Polícia Militar está orientado a tomar todas as providências de investigação. Um policial, assim como um governador, ou como outra pessoa pública, tem que ser uma referência para a sociedade, não podendo apresentar esse tipo de comportamento”, defendeu.

VÍDEO MOSTRA A AGRESSÃO

Cometida na última quinta-feira (23), a atitude do policial militar foi registrada pelas câmeras de segurança do posto de gasolina, que fica na Rodovia do Sol. Pelas imagens é possível ver o momento em que Clemilson Silva de Freitas dá um tapa na cara do frentista e aponta a arma para ele, logo em seguida.

De acordo com Joelcio, a agressão teria sido motivada por um atendimento considerado ruim, feito no dia anterior. “Ele estava acompanhado de uma mulher e pediu para abastecer R$ 50. Quando pedi para descerem da moto para fazer o procedimento, ele começou a me xingar e depois foi embora dizendo que voltaria para tirar satisfação”, contou.

No outro dia de manhã, antes das 8h, o policial chegou ao estabelecimento vestido com a farda da PM e perguntou se o responsável se encontrava. Diante da negativa, o agente ficou esperando no local e viu o frentista chegar. “Assim que bati o ponto, ele veio atrás, me chamou, perguntou se eu lembrava dele e começou a me bater”, lembrou.

O QUE DIZ A PM

Por meio de nota, a Polícia Militar informou que as condutas adotadas foram a abertura imediata de procedimento apuratório e o afastamento do policial até que se concluam os procedimentos, que inclui a colhida de depoimento das partes envolvidas, de testemunhas e a coleta de provas.

Se verificada a existência de crime de natureza militar, a PM explicou que o processo é remetido à promotoria, que decidirá se oferecerá a denúncia à Justiça Militar. “Constando-se a existência de falta disciplinar, o militar recebe as punições previstas em regulamento próprio”, concluiu.

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