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Quem é o maior fornecedor de cigarro eletrônico do ES preso em Vitória

Quem é o maior fornecedor de cigarro eletrônico do ES preso em Vitória

Raphael Bravin foi preso durante a 2ª fase da Operação Vapor, que apreendeu mais de 1.700 cigarros, itens e acessórios; negócio rendia um faturamento superior a R$ 500 mil

Publicado em 4 de julho de 2023 às 16:41

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Materiais apreendidos com fornecedor de cigarros eletrônicos
A BMW foi apreendida junto com cigarros eletrônicos de posse de Raphael dos Santos Bravin. (Divulgação | PCES)

Um faturamento superior a meio milhão de reais, um carro de luxo da BMW na garagem, arma registrada e um histórico de compra e fornecimento de cigarros eletrônicos no Espírito Santo: assim era a vida de Raphael dos Santos Bravin, apontado pela Polícia Civil do Espírito Santo como maior vendedor de cigarros eletrônicos do Estado e preso no dia 21 de junho.

Ainda de acordo com o delegado Guilherme Eugênio, o faturamento "surpreendente" de Raphael dos Santos Bravin foi de R$ 506 mil nos últimos 78 dias - intervalo entre a criação de um novo domínio para o site e a data da prisão. Segundo Eugênio, a criação de um novo domínio poderia atrapalhar a investigação da polícia. O delegado afirmou que Raphael dos Santos atua no mercado há pelo menos um ano e meio com outros domínios.

A vida de Raphael, segundo a polícia, é "confortável" graças ao lucro obtido no comércio irregular. A venda de cigarro eletrônico é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Raphael foi preso durante a 2ª fase da Operação Vapor, que apreendeu mais de 1.700 cigarros, itens e acessórios em três cidades da Grande Vitória. Um dos locais alvos da operação é uma sala comercial na Mata da Praia, em Vitória. O espaço era utilizado pelo homem para preparo de mercadorias.

Quem é o maior fornecedor de cigarro eletrônico do ES preso em Vitória
Cigarros e itens apreendidos durante Operação Vapor, na Grande Vitória
Cigarros e itens apreendidos durante Operação Vapor, na Grande Vitória. (Reprodução | Polícia Civil)

Mas quem é o homem apontado como maior fornecedor de cigarro eletrônico do Estado? De acordo com a polícia, Raphael Bravin foi o único preso na operação. Ele foi detido na própria residência, no bairro Jardim da Penha, na Capital.

De acordo com o titular do 6º Distrito Policial, delegado Guilherme Eugênio, o indivíduo preso comprou um veículo da marca BMW recentemente, além de uma arma Glock.

Aspas de citação

Ele mora com bastante conforto, recentemente adquiriu um veículo BMW, comprou também uma pistola da marca Glock. Tem um faturamento surpreendente

Guilherme Eugênio
Delegado de Polícia Civil
Aspas de citação
Arma Glock utilizada pelo homem preso em operação em Vitória
Arma Glock utilizada pelo homem preso em operação em Vitória. (Reprodução | Polícia Civil)

Um balanço da Polícia Civil mostra a quantidade de itens apreendidos durante a operação no dia 21 de junho. Há também o detalhamento de que alguns indivíduos foram convocados a prestar depoimento.

O documento ainda detalha que Raphael dos Santos Bravin foi preso em flagrante pelos seguintes crimes:

  • Artigo 278 do Código Penal: contrabando. Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria são considerados crimes.
  • Artigo 299 do Código Penal: falsidade ideológica. É crime omitir, em documento público ou particular, declaração que dele deveria constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita, com o objetivo de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
  • Artigo 334-A, §1º, inciso IV, do Código Penal: descaminho. Constitui crime de descaminho o fato de deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social devido em decorrência de operação de comércio exterior, quando o agente faz isso de forma dolosa e com o objetivo de obter vantagem ilícita.
  • Artigo 1º da Lei 9.613/1998: lavagem de dinheiro. Comete o crime de lavagem de dinheiro quem oculta ou dissimula a origem, a natureza, a disposição, a movimentação ou a propriedade de bens, direitos ou valores provenientes de infrações penais. A pena prevista para esse delito varia de 3 a 10 anos de reclusão, além de multa.

Após a prisão em flagrante, segundo o delegado Guilherme Eugênio, a Polícia Civil sugeriu que a fiança estipulada pela Justiça fosse do valor exato do faturamento nos últimos 78 dias: R$ 506 mil. Guilherme Eugênio afirmou, porém, que a fiança foi de R$ 20 mil - o valor teria sido pago por Raphael dos Santos Bravin, que foi liberado com a condição de utilizar monitoramento eletrônico.

A reportagem de A Gazeta procurou a Secretaria de Estado da Justiça para checar a informação que Raphael teria sido liberado. Em nota, a Sejus informou que o homem deu entrada no sistema prisional e foi solto por meio de alvará no dia 23 de junho.

A reportagem de A Gazeta fez contato com a defesa de Raphael dos Santos Bravin. Em conversa por telefone, o advogado Leandro Oliveira afirmou que o cliente não tinha qualquer passagem criminal até o momento da prisão e tem registro da arma, como é exigido pela legislação.

Em um primeiro momento, a defesa pediu a liberdade provisória - que foi concedida. Agora, segundo Leandro Oliveira, aguarda a remessa dos autos. De acordo com a defesa, Raphael dos Santos Bravin não tinha ciência de que a venda do cigarro eletrônico, da forma como ocorria, configurava crime.

Polícia investiga presença de fentanil 

Polícia Civil do Espírito Santo investiga se há fentanil na composição de essências e cigarros eletrônicos apreendidos durante a 2ª fase da Operação Vapor, deflagrada em cidades da Grande Vitória, que resultou na apreensão de mais de 1.700 itens relacionados ao cigarro.

Durante a ação, um homem apontado como o maior fornecedor desses produtos do Estado foi preso. Segundo a corporação, ele tinha uma vida de alto padrão, fruto do crime referente à venda do produto, proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O fentanil é um poderoso analgésico que pertence à mesma classe de medicamentos que a morfina, mas é bem mais potente. No Brasil, a primeira apreensão de fentanil ilícito ocorreu em fevereiro, em Cariacica, e acendeu o alerta para importância para adoção de estratégias de controle e prevenção da circulação e do uso da droga no país.

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