Um jovem tranquilo, trabalhador, caseiro e que perdeu a vida devido ao ciúme doentio de um homem pela ex-esposa. Essas foram as palavras do delegado Rodrigo Sandi Mori, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, para definir o jovem Daniel Moreira Patrício, de 23 anos, assassinado a tiro na rua da própria casa no fim da noite do dia 3 de agosto, no Bairro das Laranjeiras, na região de Jacaraípe.
O rapaz foi morto quando retornava da hamburgueria onde trabalhava como chapeiro. Ele foi cercado em uma emboscada e acabou baleado. Daniel ainda chegou a ser socorrido e internado, porém morreu no dia seguinte em decorrência dos ferimentos provocados pelo disparo que sofreu na nuca. A morte de dele foi bastante lamentada no local de trabalho. O estabelecimento, inclusive, decretou luto pela perda do funcionário.
Segundo Sandi Mori, Daniel havia conhecido uma mulher e mantinha contato com ela nas redes sociais, mas os dois ainda não tinham envolvimento. Ainda assim, o ex-marido da jovem, que trabalha como serralheiro, a monitorava. Ele descobriu a conversa dos dois e iniciou um plano para executar o rapaz. O mandante, que não foi identificado, assim como outros dois envolvidos, acabaram presos em operações recentes da delegacia.
"Foram duas operações realizadas pela DHPP Serra, sendo a primeira no dia 21 de setembro. O mandante do crime foi o responsável por conseguir a arma utilizada e contratar o executor. Ele foi preso no bairro Goiabeiras, em Vitória. No dia seguinte, em uma operação em Jacaraípe, realizamos as prisões do executor e também do intermediário que monitorou a vítima e a indicou para o homem que efetuou os disparos", disse o delegado em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (14).
A obsessão do ex-marido pela mulher era tanta que ele planejava matar outra pessoa com quem a jovem estava se relacionando. A atuação rápida da polícia evitou que o serralheiro armasse para matar mais uma pessoa.
"No dia que realizamos a prisão, o mandante já sabia que a ex estava conversando com outra pessoa e ele já tinha até levantado o local de trabalho dessa pessoa. Se não realizássemos a prisão desse indivíduo naquela data, outra pessoa iria morrer. Ele é dissimulado, obsessivo, possessivo, extremamente machista e tinha uma relação de propriedade com a ex. Ele a via como um objeto dele e não como mulher", enfatizou o delegado.
O executor e o intermediário confessaram o crime com riqueza de detalhes da dinâmica, motivação e autoria. O mandante, contudo, negou a autoria. A DHPP, entretanto, com provas contundentes incluindo depoimentos e conseguiu chegar ao responsável por mandar executar Daniel.
"O Daniel era uma pessoa que só trabalhava, ficava em casa e tinha o hábito de jogar videogame, era muito ligado à família. Ele basicamente saía de casa apenas para trabalhar. Os familiares nos procuraram porque ficaram chocados com situação, visto que a vítima era uma pessoa de bem, não se envolvia com nada ilícito. Infelizmente a primeira pessoa com quem ele se relacionou acabou ocasionando a morte dele, em razão de um indivíduo possessivo e ciumento em relação a ex-mulher", complementou Sandi Mori.
Para não ser identificado e dificultar a polícia nas investigações, o serralheiro havia falado com a ex-mulher que estava se mudando para Linhares, no Norte do Estado, pois havia recebido uma proposta de trabalho. Essa versão foi logo descartada devido aos avanços das investigações e a comprovação do envolvimento dele com o crime, salientou o delegado adjunto da DHPP da Serra, Daniel Fortes.
Quem puxou o gatilho do revólver calibre 32 utilizado para tirar a vida do chapeiro foi o cunhado de um funcionário que trabalhava com o ex-marido. Pelo crime, o serralheiro acertou em pagar R$ 3 mil ao executor.
O trio preso foi atuado por homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta