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Filho de PM teve morte encomendada pelo ex da mulher que estava conhecendo

Filho de PM teve morte encomendada pelo ex da mulher que estava conhecendo

Daniel Moreira Patrício, de 23 anos, foi morto no dia 3 de agosto, na região de Jacaraípe, quando saía do trabalho. O ex-marido da jovem que ele estava conhecendo planejou a morte dele. O suspeito e mais dois envolvidos no crime foram presos pela polícia

Publicado em 14 de outubro de 2020 às 13:13

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Daniel Moreira Patrício, de 23 anos, foi baleado ao sair do trabalho
Daniel Moreira Patrício, de 23 anos, foi baleado ao sair do trabalho no dia 3 de agosto, na Serra. (Reprodução)
Filho de PM teve morte encomendada pelo ex da mulher que estava conhecendo

Um jovem tranquilo, trabalhador, caseiro e que perdeu a vida devido ao ciúme doentio de um homem pela ex-esposa. Essas foram as palavras do delegado Rodrigo Sandi Mori, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, para definir o jovem Daniel Moreira Patrício, de 23 anos, assassinado a tiro na rua da própria casa no fim da noite do dia 3 de agosto, no Bairro das Laranjeiras, na região de Jacaraípe.

O rapaz foi morto quando retornava da hamburgueria onde trabalhava como chapeiro. Ele foi cercado em uma emboscada e acabou baleado. Daniel ainda chegou a ser socorrido e internado, porém morreu no dia seguinte em decorrência dos ferimentos provocados pelo disparo que sofreu na nuca. A morte de dele foi bastante lamentada no local de trabalho. O estabelecimento, inclusive, decretou luto pela perda do funcionário.

Segundo Sandi Mori, Daniel havia conhecido uma mulher e mantinha contato com ela nas redes sociais, mas os dois ainda não tinham envolvimento. Ainda assim, o ex-marido da jovem, que trabalha como serralheiro, a monitorava. Ele descobriu a conversa dos dois e iniciou um plano para executar o rapaz. O mandante, que não foi identificado, assim como outros dois envolvidos, acabaram presos em operações recentes da delegacia.

"Foram duas operações realizadas pela DHPP Serra, sendo  a primeira no dia 21 de setembro. O mandante do crime foi o responsável por conseguir a arma utilizada e contratar o executor. Ele foi preso no bairro Goiabeiras, em Vitória. No dia seguinte, em uma operação em Jacaraípe, realizamos as prisões do executor e também do intermediário que monitorou a vítima e a indicou para o homem que efetuou os disparos", disse o delegado em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (14).

CIÚMES

A obsessão do ex-marido pela mulher era tanta que ele planejava matar outra pessoa com quem a jovem estava se relacionando. A atuação rápida da polícia evitou que o serralheiro armasse para matar mais uma pessoa.

"No dia que realizamos a prisão, o mandante já sabia que a ex estava conversando com outra pessoa e ele já tinha até levantado o local de trabalho dessa pessoa. Se não realizássemos a prisão desse indivíduo naquela data, outra pessoa iria morrer. Ele é dissimulado, obsessivo, possessivo, extremamente machista e tinha uma relação de propriedade com a ex. Ele a via como um objeto dele e não como mulher", enfatizou o delegado.

Polícia
Os delegados Daniel Fortes e Rodrigo Sandi Mori, à direita, elucidaram o crime ocorrido no dia 3 de agosto. (Divulgação/Polícia Civil)

O executor e o intermediário confessaram o crime com riqueza de detalhes da dinâmica, motivação e autoria. O mandante, contudo, negou a autoria. A DHPP, entretanto, com provas contundentes incluindo depoimentos e conseguiu chegar ao responsável por mandar executar Daniel.

"O Daniel era uma pessoa que só trabalhava, ficava em casa e tinha o hábito de jogar videogame, era muito ligado à família. Ele basicamente saía de casa apenas para trabalhar. Os familiares nos procuraram porque ficaram chocados com situação, visto que a vítima era uma pessoa de bem, não se envolvia com nada ilícito. Infelizmente a primeira pessoa com quem ele se relacionou acabou ocasionando a morte dele, em razão de um indivíduo possessivo e ciumento em relação a ex-mulher", complementou Sandi Mori.

Para não ser identificado e dificultar a polícia nas investigações, o serralheiro havia falado com a ex-mulher que estava se mudando para Linhares, no Norte do Estado, pois havia recebido uma proposta de trabalho. Essa versão foi logo descartada devido aos avanços das investigações e a comprovação do envolvimento dele com o crime, salientou o delegado adjunto da DHPP da Serra, Daniel Fortes.

Quem puxou o gatilho do revólver calibre 32 utilizado para tirar a vida do chapeiro foi o cunhado de um funcionário que trabalhava com o ex-marido. Pelo crime, o serralheiro acertou em pagar R$ 3 mil ao executor.

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O trio preso foi atuado por homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

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