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Doze viram réus pela morte de vereador no ES, decide Justiça

Doze viram réus pela morte de vereador no ES, decide Justiça

Quatro acusados tiveram as prisões temporárias convertidas em prisão preventiva, enquanto os outros oito vão ter que seguir medidas cautelares

Publicado em 26 de julho de 2025 às 18:36

Governador Lindenberg
Leomar Cazotti Mandato, vereador morto em Governador Lindenberg Crédito: Câmara de Governador Lindenberg

A Justiça do Espírito Santo acolheu denúncia do Ministério Público Estadual (MPES) contra 12 pessoas apontadas como participantes do assassinato do vereador Leomar Cazotti Mandato (PV), de 43 anos, ocorrido em  Governador Lindenberg, no Noroeste capixaba. Com isso, todos agora são réus em ação penal que investiga o assassinato. 

O crime aconteceu no dia 30 agosto do ano passado, durante um evento político na cidade. O político, então candidato à reeleição, foi assassinado a tiros enquanto fazia campanha.

Após operações policiais em maio e julho deste ano, cinco pessoas já estavam presas. Dessas, quatro tiveram agora as prisões temporárias convertidas em preventivas pela juíza da 1ª Vara Criminal de Colatina, no Noroeste do Estado, Roberta Holanda de Almeida, em decisão proferida na sexta-feira (25). 

Os réus com prisão preventiva decretada são:

  • 1. Warley Casagrande Nascimento 
  • 2. Maycon Oliveira Trarbach
  • 3. Leandro Ferreira de Melo 
  • 4. José Augusto Ferreira de Melo

Com exceção de Leandro, que está preso na cidade de São Carlos, em São Paulo, todos os réus estão no sistema prisional capixaba.

O MPES também solicitou a prisão preventiva de Reinaldo de Oliveira. O pedido, no entanto, não foi atendido pela juíza, que entendeu que "pontos fundamentais da suposta participação de Reinaldo nos fatos carecem de maiores esclarecimentos"

Os outros 8 réus vão responder ao processo em liberdade, mas a magistrada determinou que eles devem cumprir medidas cautelares. São eles:

  • 1. Reinaldo de Oliveira 
  • 2. Gleydstone Oliveira Rodrigues do Amaral 
  • 3. Sérgio Soares Rodrigues 
  • 4. Leonardo Lima Trarbach
  • 5. Flávio Trarbach 
  • 6. Leopoldo do Rosário Hammer 
  • 7. Wagner Oliveira Goes 
  • 8. Guilherme Koehler Endlich

As medidas cautelares impostas a esse grupo de réus incluem a proibição de comparecer em comícios e eventos políticos e de ter contato interpessoal com testemunhas e outros acusados não familiares e a obrigação de se apresentar em juízo mensalmente. Os réus também não podem deixar a cidade sem autorização judicial.

O Ministério Público aponta Maycom como coordenador logístico do crime, Warley e Reinaldo como seus parceiros no planejamento da empreitada criminosa e Leandro e José Augusto como executores do crime. O envolvimento dos outros réus não está detalhado na decisão da juíza, em que acolhe a denúncia do órgão ministerial. 

Ao determinar a prisão preventiva de quatros dos réus, a juíza destacou os indícios de participação deles no caso. A magistrada chamou a atenção para registros de contato telefônico de Maycom com demais denunciados antes e após o crime; dados de localização demonstrando seu deslocamento tanto na Grande Vitória, quanto em Governador Lindenberg, corroborando sua possível participação como coordenador do crime.

A decisão também cita a tentativa de Warley de guardar sua arma de fogo, logo após o crime; o reconhecimento por testemunhas oculares de Leandro e José Augusto como os possíveis executores do crime; além da ligação de Leandro com a motocicleta que possivelmente foi utilizada no homicídio. 

Além disso, a juíza também considerou a possível influência que os denunciados ainda exerceriam sobre agentes públicos e estruturas políticas e administrativas locais. 

“Saliento que a gravidade dos fatos e a necessidade de assegurar o regular andamento do processo, em especial diante da suspeita de que os denunciados integram organização criminosa com estruturação político-financeira e possível influência regional, justificam a imposição de medidas cautelares diversas da prisão aos demais denunciados”, afirma a juíza. 

A reportagem tenta contato com a defesa dos réus. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Relembre o caso

No dia 30 de maio deste ano, nove meses após o assassinato do vereador, a primeira fase da operação Lista Negra prendeu Ronaldo de Oliveira, conhecido como "Cupim", e seu sobrinho, Maycon Oliveira Trarbach.

Já em 16 de julho, na segunda fase da mesma operação, foram presos outros três homens. Os suspeitos de envolvimento no assassinato, de 26, 28 e 38 anos, não tiveram os nomes divulgados e foram capturados nas cidades de Brejetuba e Governador Lindenberg, no Espírito Santo, e em Rio Claro, no interior de São Paulo.

Dias antes de ser morto, Leomar havia encaminhado ao Ministério Público (MPES) e à imprensa uma série de denúncias contra empresários e políticos supostamente envolvidos em esquemas criminosos em Governador Lindenberg. 

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