Publicado em 16 de julho de 2025 às 21:01
Foram presos nesta quarta-feira (16) três suspeitos de envolvimento no assassinato do vereador e então candidato à reeleição Leomar Cazotti Mandato, de 43 anos, crime ocorrido em 30 de agosto de 2024. Os detidos, na segunda fase da Operação Lista Negra, têm 26, 28 e 38 anos, não tiveram os nomes divulgados e foram capturados nas cidades de Brejetuba e Governador Lindenberg, no Espírito Santo, e em Rio Claro, no interior de São Paulo.
As prisões são temporárias, e também houve ordens de buscas e apreensão expedidas pela Justiça e cumpridas pela polícia. O processo corre em sigilo.
No dia 30 de maio deste ano, nove meses após o crime, a primeira fase da mesma operação prendeu Ronaldo de Oliveira, conhecido como "Cupim", e seu sobrinho, Maycon Oliveira Trarbach. Agora, com as novas prisões, subiu para cinco o número de suspeitos detidos apontados pela Polícia Civil como envolvidos no crime. A principal de investigação, conforme divulgado por A Gazeta em junho, é a de que o crime tenha sido motivado por vingança. A investigação, que segue em andamento, é tocada pela Delegacia Especializada de Armas e Munições (Desarme) de Vitória.
Para o titular da Desarme, delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, a união das forças de segurança tem permitido o avanço das investigações. "Essa operação só foi possível graças à integração e colaboração entre as unidades, que atuaram de forma coordenada e estratégica, no cumprimento dos mandados. O comprometimento de todos os policiais envolvidos demonstra, mais uma vez, a força do trabalho conjunto no enfrentamento ao crime", disse.
Dias antes de ser morto, Leomar havia encaminhado ao Ministério Público (MPES) e à imprensa regional uma série de denúncias contra empresários e políticos supostamente envolvidos em esquemas criminosos em Governador Lindenberg. Um dos alvos dessas denúncias, conforme apuração de A Gazeta com fontes policiais e do MPES, é um homem também investigado no caso do homicídio e que seria sócio de Maycon, que residia na Grande Vitória.
As fontes detalharam à reportagem que ele teria passado a atuar nessa empresa em Governador Lindenberg a convite do tio, Ronaldo de Oliveira, conhecido como “Cupim”. Para a polícia, ambos não seriam os executores do crime, mas estariam diretamente envolvidos no assassinato do vereador, após sentirem que as denúncias feitas pelo parlamentar poderiam impactar os negócios.
No dia da deflagração da primeira fase da Operação Lista Negra, o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues explicou que, naquela ocasião, duas pessoas haviam sido presas, mas que a polícia havia batido à porta de quase duas dezenas de suspeitos.
“Foram muitos mandados de pessoas que aparentemente se encontram, de alguma forma, envolvidas nesse homicídio. A prática de um homicídio não se resume à realização de disparos. Até que se chegue nessa etapa, há alguém que passa informações privilegiadas, monitora a movimentação da vítima, que apura as intenções da vítima, que levanta o local, pessoas que emprestam motos e armas. Não é impossível que um único homicídio chegue a mais de 10 condenações. Não posso dizer que isso vai acontecer, é muito cedo para afirmar, mas tento explicar porque tantas buscas para a elucidação do homicídio”, comentou.
"Nós temos mais de 10 pessoas na condição de suspeitas e muitas delas possuem armas registradas. Mas, diante da suspeita, estamos apreendendo para submeter a permanência do porte à apreciação do judiciário", acrescentou o delegado, em 30 de maio deste ano.
A reportagem tenta localizar as defesas de Ronaldo de Oliveira, conhecido como "Cupim", e de sobrinho, Maycon Oliveira Trarbach. O espaço segue aberto.
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