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Empresário ficou preso em sala de imóvel onde avião caiu em Guarapari

Empresário ficou preso em sala de imóvel onde avião caiu em Guarapari

Com grades nas janelas e a saída pela porta interrompida pelo fogo, ele relatou à reportagem o pânico para sair do escritório. O empresário deixou o imóvel pelo telhado, após quatro minutos de desespero

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 20:18

Área em que avião de pequeno porte caiu em Guarapari nesta quarta-feira (19) Crédito: Ascom | CBES

"A única saída estava bloqueada pelo fogo. Todas as janelas tinham grades. Foram quatro minutos de desespero até conseguir sair do escritório"

Empresário

Não quis se identificar

O relato de desespero é de um empresário de 40 anos, que trabalhava a cerca de cinco metros do local onde um avião monomotor caiu, na tarde da última quarta-feira (20), em Guarapari. Duas pessoas estavam na aeronave e morreram: o piloto Luciano Ferreira de Souza e o copiloto Fabiano Gonçalves. 

O empresário, que é irmão do dono do material de construção atingido pelo acidente, estava no escritório com uma funcionária. Ele conta que ouviu um barulho bem forte, seguido de uma explosão. Logo em seguida, percebeu o fogo. 

"De repente veio um clarão e começou a entrar fumaça para dentro do escritório. Foi então que a gente percebeu que estava pegando fogo. A nossa primeira reação foi tentar sair dali, mas não tinha uma saída, o que deixou a gente em pânico", lembra. 

Galpão onde avião caiu em Guarapari Crédito: Leandro Tedesco/TV Gazeta

De acordo com o empresário, a única porta do escritório estava bloqueada pelo fogo. As janelas, que seriam um meio alternativo de sair da sala, possuem grades.  O desespero aumentava a medida que a fumaça entrava na sala. 

"A gente conseguia sentir o calor. Era muito forte e estava próximo da gente, cerca de 5 metros. A minha secretária entrou em pânico. Eu fiquei muito nervoso, tentando quebrar as grades, mas eram chumbadas"

Empresário

Não quis se identificar

Um funcionário do material de construção conseguiu acessar o depósito pelo telhado e ajudou o empresário a quebrar uma das grades da janela do escritório. Após passar pela abertura, o empresário e a funcionária deixaram o local. Logo em seguida o Corpo de Bombeiros entrou no imóvel para fazer o resgate das vítimas do acidente. 

O copiloto do avião, Fabiano Gonçalves, morreu na queda. Já o piloto Luciano Ferreira de Souza foi resgatado e transferido, por um helicóptero, para o Hospital Jayme dos Santos Neves. A morte dele foi confirmada nesta manhã (20) pelo Corpo de Bombeiros. 

Luciano à esquerda; Fabiano à direita | Vítimas de acidente aéreo em Guarapari Crédito: Redes Sociais

O ACIDENTE

A aeronave que caiu em Guarapari é um monomotor do modelo Cherokee 180. De acordo com a prefeitura do município, o avião tinha como destino Vitória. O plano de voo foi feito junto à Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).

O piloto Gustavo Mateus foi quem entregou a aeronave para Luciano. Ele relatou que o avião estava em bom estado e que o condutor tinha experiência. "O avião estava decolando de Guarapari. Era uma Cherokee 180. Ele tinha habilitação e experiência. Estava em fase de compra do antigo dono para ele, estava com este piloto há duas semanas. A manutenção estava em dia, entreguei há duas semanas para o condutor de hoje", disse.

Antes de ser transferido para o hospital, Luciano chegou a conversar com algumas pessoas que atuaram no resgate. De acordo com Carlos Oliveira, funcionário do material de construção onde o avião caiu, o piloto deu o telefone da esposa e disse que houve um corte no combustível. 

"Ele disse que o avião não acelerava e não teve jeito. Ainda deu o telefone da esposa. Logo depois veio o resgate e levaram ele"

Carlos Antônio Oliveira

Funcionário da loja 
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O acidente será investigado pelo Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos- SERIPA III, ligado à Aeronáutica.

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