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Covid-19: leitos no ES podem atender 1,5 mil pacientes graves em 100 dias

Covid-19: leitos no ES podem atender 1,5 mil pacientes graves em 100 dias

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está organizando os hospitais da rede para a oferta de 322 vagas até julho

Publicado em 23 de março de 2020 às 22:51

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Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, para onde o paciente está internado
Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves é unidade de referência para atendimento de pacientes com coronavírus na Grande Vitória. (Fernando Madeira)

O planejamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para atendimento de pacientes contaminados pelo novo coronavírus (Covid-19) prevê a abertura de até 322 leitos em hospitais da própria rede. Com esse volume, em 100 dias, o Espírito Santo consegue acolher cerca de 1,5 mil pessoas em condição clínica agravada pela doença.

Essa  quantidade de pacientes representa 37% dos 4 mil casos que a Sesa estima que o Espírito Santo deverá confirmar até junho. O índice é muito superior à média nacional de registros graves, hoje em 5%. Isso significa, segundo o secretário Nésio Fernandes, que o Estado terá capacidade muito maior para atender todos os infectados que apresentarem um quadro crítico da Covid-19. 

As contas da Sesa são as seguintes: cada leito, num período de 100 dias, pode receber até cinco pacientes. Assim, chega-se à projeção de cerca de 1,5 mil pacientes graves assistidos. "E são vagas 100% do SUS", ressalta Nésio.

Para totalizar os 322 leitos de isolamento ou de UTI, a Sesa está remanejando pacientes do Hospital Dr Jayme Santos Neves, referência para o atendimento em coronavírus na Grande Vitória, para outras unidades. Também está realizando intervenções na estrutura do Dório Silva e de outros hospitais para que, até julho, todas as vagas estejam aptas para utilização de pessoas com a Covid-19. 

Até a terça-feira da próxima semana, serão 61 leitos disponíveis, 18 de UTI. Em mais um mês, chega-se a 187 vagas, com 79 para isolamento. E assim, sucessivamente, até completar a programação da Sesa. 

"Esperamos que não seja necessário utilizar todos.  Temos fé que as medidas adotadas vão começar a repercutir nas próximas três semanas",  frisa Nésio.

HOSPITAIS DE CAMPANHA

Apesar de o governo avaliar que a estrutura da própria rede é suficiente hoje, não foi descartada a possibilidade de utilizar outras estratégias, como hospitais de campanha, para garantir o atendimento da população com a Covid-19. O governador Renato Casagrande disse, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (23), que esse recurso está sendo avaliado.

Nésio Fernandes acrescenta que foram feitas várias simulações de cenários possíveis e futuros, e que o hospital de campanha poderá ser adotado para oferta de leitos de retaguarda, ou seja, de enfermaria para casos menos graves. A preferência é por montar a estrutura em áreas próximas a unidades hospitalares já instaladas e, desta maneira, aproveitar recursos como os de diagnóstico e alimentação. 

PESQUISA

Paralelamente à preparação da estrutura para receber pacientes, a Sesa iniciou nesta segunda-feira a discussão em torno da linha de ensino e pesquisa do comportamento do coronavírus em território capixaba. No debate, que reuniu outros órgãos do governo, a Ufes e instituições particulares de ensino, foram traçados cinco eixos de atuação, entre os quais o que trata sobre apoio e diagnóstico, e trabalho em telessaúde.

A iniciativa, explica Nésio Fernandes, deve contribuir para orientar o governo na elaboração de políticas públicas voltadas à prevenção e ao controle do coronavírus no Estado. Questionado, o secretário também admitiu que o núcleo de pesquisa de epidemiologia da Covid-19 pode ter estudos de medicamentos para tratar a doença, recurso hoje ainda indisponível no mundo.

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