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Veja os 30 produtos que foram os vilões da inflação no ES em 2020

Veja os 30 produtos que foram os vilões da inflação no ES em 2020

Gastos com alimentação e bebidas cresceram 18,35% na Grande Vitória em 2020. Alguns alimentos ficaram até 136% mais caros entre janeiro e dezembro, segundo o IBGE

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 15:04- Atualizado há 3 anos

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Itens da cesta básica no supermercado
Encher o carrinho no supermercado ficou mais difícil em 2020. (Fernando Madeira)

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus atingiu com força o bolso dos consumidores em 2020. Embora a renda de muitos tenha diminuído – por falta de emprego, ou redução salarial –, o custo de vida continuou avançando. É o que mostrou nesta terça-feira (12) a nova pesquisa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a métrica de inflação oficial do país.

Na Grande Vitória, o IBGE apontou que a inflação ficou em 5,15% no passado, acima da média nacional, puxado sobretudo pelos preços de alimentos e bebidas. 

Só os itens de alimentação subiram 18,35% entre janeiro e dezembro no Espírito Santo. Esse avanço foi maior que a média nacional, de 14,09% para esse grupo de produtos, segundo os dados.

Confirmando uma tendência observada ao longo dos meses, os grandes vilões da cesta básica em 2020 foram o tomate (136,45%), o óleo de soja (95,07%) e o arroz (78,39%). Outro item básico da mesa dos capixabas, o feijão preto encareceu 33,68%.

Outros alimentos cujos preços também dispararam foram o mamão (83,21%), a batata inglesa (77,21%), a maçã (63,71%), a costela (47,29%), a carne de porco (42,7%), o queijo (38,18%, a laranja-pera (37,99%), o açúcar cristal (32,73%), e a farinha de trigo (26,25%). São pelo menos 30 produtos, no total, com avanços superiores a 20%.

Por outro lado, o número de produtos que efetivamente registraram queda nos preços no ano passado é bem inferior. No grupo de alimentação e bebidas, somente sal e condimentos (-3,09%), cerveja (-3,71%), alho (-10,74%) e limão (-37,49%) ficaram mais baratos.

Conforme observou o economista Mário Vasconcelos, especialista em economia doméstica, um dos fatores que contribuíram para a elevação dos preços, de modo geral, foi o aumento da demanda, provocada principalmente pela liberação do auxílio emergencial.

“Muitas pessoas já estavam desempregadas, ou perderam a renda depois. Quando tiveram acesso ao auxílio, optaram primeiramente por gastar com alimentação, que era o mais importante. Ocorre que, apesar do aumento da demanda, não houve um aumento da oferta. Pelo contrário, houve queda na produção de determinados produtos, e isso influenciou os preços.”

Somado a isso, as famílias, estavam passando mais tempo em casa, e cozinhando mais, ou mesmo comprando mais comida por delivery. Isso também abalou os preços.

18,35%
FOI A INFLAÇÃO DOS ALIMENTOS NA GRANDE VITÓRIA EM 2020

Outro fator que contribuiu para o encarecimento dos alimentos foi a alta do dólar, que favoreceu as exportações e desequilibrou o mercado interno, conforme observou o economista Marcelo Loyola Fraga.

“Alguns países que importam nossos alimentos estavam enfrentando desabastecimento, e o que levou a um aumento na demanda externa. Com o dólar mais alto, a exportação tornou-se muito mais vantajosa. Veja o que ocorreu com o arroz, por exemplo. O produto já vinha passando por uma queda na produção, e a conjuntura favoreceu a venda para outros países. Isso tornou o preço do arroz no país quase absurdo.”

Ao mesmo tempo, a alta do dólar influenciou o preço de produtos importados e commodities, como a farinha de trigo, o feijão, ou mesmo a carne.

“São diversos fatores que fizeram com que a cesta básica e os produtos de alimentação em geral tivessem uma alta de preços elevada. Mas, de certo modo, já era algo esperado”, avalia Fraga.

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