Publicado em 13 de maio de 2020 às 20:14
Um erro de dados processados pelo Dataprev tirou o auxílio emergencial de R$ 600 de quem foi candidato ao cargo de vereador nas eleições municipais de 2016, mesmo sem ter sido eleito. Os ex-candidatos poderiam receber o benefício, mas acabaram barrados. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estavam sendo extraídos pela empresa informações disponíveis no site da Justiça Eleitoral sobre candidatos eleitos, sem diferenciar, no entanto, os suplentes.>
Segundo os termos do auxílio emergencial, quem tem mandato eletivo ou trabalha na administração pública não pode receber a ajuda federal, de R$ 600 a R$ 1.800 por mês. >
Em nota à reportagem, o TSE disse que o questionamento sobre o erro nos dados deveria ser "direcionado ao Ministério da Cidadania, que operacionaliza a concessão do auxílio emergencial". Mas adiantou que, após ter conhecimento de situações como a relatada por A Gazeta, o Tribunal formalizou o questionamento à Diretoria de Programa da Secretaria Executiva do Ministério da Cidadania. >
De acordo com o TSE, a diretoria do Ministério da Cidadania informou que os dados estavam sendo extraídos pela empresa Dataprev de informações disponíveis no site do TSE sobre candidatos eleitos, sem diferenciar os suplentes. >
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"Também informou aquela Diretoria (ao TSE) que ainda ontem (12 de maio) foi determinada a alteração da regra para não mais considerar os suplentes como inelegíveis para a concessão do benefício", afirmou na nota. >
Nesta quinta-feira (14), por meio de nota, o Ministério da Cidadania afirmou que com "relação ao processo de elegibilidade de cidadãos que foram candidatos nas eleições de 2018, não eleitos, e tiveram seu auxílio negado em primeira análise, o Ministério da Cidadania e a Dataprev esclarecem que não será necessário recadastrar ou fazer qualquer operação no aplicativo". >
De acordo com o ministério, a regra foi ajustada para reanálise, iniciada em 30 de abril, e todos que tiverem direito receberão as 3 parcelas do benefício. "Cabe ressaltar para quem ainda não fez o cadastro, que o aplicativo e o site da Caixa estarão disponíveis até o dia 2 de julho", disse.>
A Gazeta mostrou a situação de pessoas que estão passando por dificuldades devido a esse erro do Dataprev. Entre os relatos está o de uma vendedora de bolos de 51 anos que teve que contar com a ajuda de desconhecidos para conseguir colocar comida na mesa. Andrea Castro é mãe solteira de uma adolescente de 15 anos. >
Desempregada desde fevereiro deste ano ela começou a trabalhar na informalidade para ter renda. Com a pandemia do novo coronavírus, a moradora da Capital capixaba teve que parar de ir às ruas para vender seu produto e esperava contar com o auxílio emergencial do governo federal para conseguir pagar as contas do mês. >
O auxílio dela foi recusado porque, segundo o aplicativo da Caixa, ela teria um cargo eletivo e estaria vinculada ao RPPS. A sigla significa "Regime Próprio de Previdência Social", que é um sistema de Previdência voltado exclusivamente aos servidores públicos concursados (exceto para servidores de alguns pequenos municípios).>
O sistema que avalia a concessão do benefício alega que essas pessoas foram eleitas ou que exercem cargo público, como é o caso da Andrea, que se candidatou a vereadora em 2016 pelo PSD e está desempregada. >
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