Publicado em 13 de maio de 2020 às 14:01
A Justiça Federal no Espírito Santo determinou, por meio de decisão liminar (provisória), nesta quarta-feira (13), medidas que devem ser cumpridas pela Caixa Econômica Federal e pelo governo do Estado para evitar aglomeração em filas para recebimento do auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal. Em audiência de conciliação no processo da Ação Civil Pública, de autoria do Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES), o órgão chegou a pedir limite máximo de tempo de espera nas filas, solicitação que não foi atendida pelo magistrado na liminar. >
De acordo com a decisão do juiz federal Aylton Bonomo Junior, à frente da 3ª Vara Federal Cível de Vitória, caberá à Caixa organizar as filas não só interna, como externamente às agências bancárias, atendendo ao distanciamento de 1,5m entre as pessoas. Além disso, ficou decidido que é possível que o banco conte com auxílio da Polícia Militar para impor este distanciamento, quando necessário. A Caixa também deverá promover ações informativas na mídia sobre uso de máscaras, cadastro para recebimento do auxílio, entre outras que previnam que os beneficiados passem tempo desnecessário aguardando nas agências.>
Quanto ao Estado do Espírito Santo, foi determinada a obrigação de cooperação com a Caixa, para fazer valer a marcação de sinalização de distanciamento mínimo entre as pessoas, além da apresentação, no prazo de 10 dias, de um plano de fiscalização das filas externas. >
Para tentar evitar as aglomerações causadas pelas enormes filas em busca do auxílio emergencial, o governo do Espírito Santo disse que daqui a dez dias vai entregar um plano estratégico ao MPF-ES. Nele será informado qual a melhor forma de colaborar para reduzir as filas, se vai ser por intermédio da Secretaria de Estado de Assistência Social ou com o apoio do Corpo de Bombeiros, por exemplo.>
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"Na audiência com o MPF-ES o Estado se propôs em cooperar e ajudar, porque esse é um problema de todos os entes federais. Mas explicamos que não é um papel da Polícia Militar ficar organizando filas. Isso porque essas pessoas que estão ali estão em situação de vulnerabilidade e a presença da PM ali as deixaria em uma situação desconfortável, o que não é necessário", explica o subprocurador-geral para Assuntos Jurídicos da Procuradoria Geral do Estado, Jasson Hibner Amaral.>
Ainda de acordo com ele, é papel da Caixa organizar as filas dentro e fora das agências bancárias, mas em caso de desobediência e desacato a PM pode e deve prestar atendimento, o que já faz. Amaral lembra que a Justiça atribuiu ao Estado duas obrigações complementares, que o Espírito Santo está de prontidão e já estava disposto a fazer: >
"A atribuição legal para fazer a intervenção de ruas e avenidas e proporcionar banheiros químicos, por exemplo, é dos municípios", aponta Amaral.>
A Caixa, respondeu à reportagem que "a discussão está em fase inicial no Poder Judiciário e se manifestará apenas no processo judicial".>
Dia impar: novas regras para abertura do comércio
As agências da Caixa Econômica Federal têm apresentado filas nos últimos dias, contrariando a orientação dos órgãos de saúde de se evitar aglomerações. A maioria das pessoas que se aglomera na frente das agências busca sacar a primeira parcela dos R$ 600 liberados pelo governo federal. >
Na agência da Caixa localizada na Avenida Expedito Garcia, em Campo Grande, Cariacica, por exemplo, na última segunda (11), a fila já dobrava o quarteirão mesmo antes das 8h. Os seguranças de uma empresa terceirizada que presta serviços para a Caixa e também os funcionários do banco ajudavam a organizar a fila. >
Funcionários da Caixa também marcaram no chão um x representando o local onde as pessoas devem ficar respeitando a distância mínima de isolamento, de 1,5m. >
Apesar de a maioria das pessoas estar na fila para fazer o saque dos R$ 600, ainda havia quem estivesse no local para conseguir informações sobre o aplicativo da Caixa que foi atualizado na última semana e também por estar com dificuldade para tirar as dúvidas pelo telefone 111. >
Quase 15 milhões de pedidos pelo auxílio emergencial, realizados entre 23 a 30 de abril, estão na fase final de análise pelos especialistas da Dataprev e do Ministério da Cidadania, dos mais de 16,4 milhões de pedidos realizados no mês de abril que estão em análise pela empresa. >
A previsão, segundo a Dataprev, é transmitir os resultados dessas avaliações até a quarta-feira (13) desta semana à Caixa. Quem for aprovado vai receber a o dinheiro na conta em até três dias úteis. >
Em coletiva na semana passada, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse que a estimativa de trabalhadores com direito ao auxílio, dentre esses pedidos, era entre 6 milhões e 8 milhões. >
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