Publicado em 12 de maio de 2020 às 12:19
RIO DE JANEIRO - Em meio ao avanço do novo coronavírus no Brasil, o volume de serviços apresentou queda de 6,9% no mês de março, o primeiro com medidas restritivas impostas pelo país, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no último dia 8. O resultado foi o pior desde o início da série histórica, em 2011. No Espírito Santo, setor apresentou retração de 1,8%, menor marca desde novembro do ano passado quando a queda foi de 3,1%.>
O recuo mostra as primeiras consequências da quarentena decretada por estados e municípios, o que fechou muitas empresas e deixou trabalhadores em isolamento social em casa desde meados de março, impedindo qualquer chance de recuperação do setor de serviços.>
A queda foi motivada pela paralisação ocorrida nos estabelecimentos, principalmente nos restaurantes e hotéis, que fazem parte dos serviços prestados às famílias. Essa atividade teve queda de 31,2% em março, consequência das medidas de isolamento social para conter o avanço do contágio da Covid-19.>
"Algumas empresas de setores considerados não essenciais, como restaurantes, acabaram tendo que funcionar de forma parcial, muitas vezes migrando para o sistema de delivery, mas os hotéis não têm essa opção e acabaram fechando", disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.>
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Os efeitos mais concretos das medidas de isolamento devem aparecer ainda mais significativamente nos resultados de abril sobre as atividades econômicas do país, mês em que estados e municípios já completavam um mês inteiro em quarentena.>
De acordo com o IBGE, o resultado de março no setor de serviços foi impactado principalmente nos últimos dez dias do mês, quando as paralisações começaram.>
Em São Paulo, por exemplo, desde 24 de março, apenas serviços essenciais estão abertos ao público no estado. No Rio de Janeiro, o decreto com as primeiras medidas de quarentena foi publicado ainda antes, em 17 de março.>
O setor de serviços tem forte peso sobre o PÌB (Produto Interno Bruto), com participação acima de 60%. A expectativa para este ano, de acordo com a pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, já é de queda de 3,76%, em meio às consequências da escalada do novo coronavírus no Brasil. >
O resultado de serviços em março representou a segunda queda consecutiva do setor, que já havia caído 1% em fevereiro. Todas as cinco atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram queda. Além dos serviços prestados às famílias, também foi afetado o serviço de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com recuo de 9%.>
Essas atividades, como os segmentos de transporte aéreo e algumas empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros, sentiram bastante o fechamento parcial ou total imposto pelos estados e municípios segundo o IBGE.>
Regionalmente, 24 das 27 unidades da federação tiveram resultados negativos em março, quando comparado a fevereiro, com destaque para São Paulo (-6,2%) e Rio de Janeiro (-9,2%), pressionados pelos segmentos de alojamento e alimentação. Os únicos impactos positivos vieram do Amazonas (1,9%), de Rondônia (3,1%) e do Maranhão (1,1%).>
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