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Sindicato promete desconto na gasolina em protesto em Vitória

Sindicato promete desconto na gasolina em protesto em Vitória

Os petroleiros dizem que vão distribuir 100 vouchers. Eles afirmam que são contra a política de preços da Petrobras. A categoria está em greve desde esta segunda-feira (3)

Publicado em 3 de fevereiro de 2020 às 21:50

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Desconto será dado em um posto cadastrado pelo sindicato, em Vitória. (Marcello Casal Jr | Agência Brasil)

O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro) promete distribuir vouchers de desconto em gasolina para motoristas em Vitória como forma de protesto contra a política de preços da Petrobras. A ação deve acontecer nesta quarta-feira (5).  A categoria está em greve desde a madrugada desta segunda-feira (3) e acusa a empresa de promover demissões em massa.

"Faremos a distribuição de desconto de combustível para os 100 primeiros veículos que chegarem em frente ao prédio da Petrobras, na Reta da Penha, em Vitória. Vamos entregar a partir das 8h vouchers de R$ 2 de desconto no preço do litro", afirmou o coordenador geral do Sindipetro, Valmisio Hoffmann.

O desconto será limitado a 20 litros por motorista, o que será equivalente a cerca de R$ 40 de desconto. A diferença será paga pelo próprio sindicato e totalizará R$ 4 mil contando os 100 vouchers.  O desconto será válido somente no mesmo dia em um posto BR cadastrado pelo Sindipetro, em Vitória.  

"Somos contra a política de preços da Petrobras, que acompanha a variação do mercado internacional e do dólar. Não tem lógica eles usarem o valor internacional para taxar nosso combustível. Somos favoráveis a um preço mais justo para a população", afirma.

GREVE EM UNIDADES OPERACIONAIS

Na manhã desta segunda-feira (3), a base 61 da Petrobras, em São Mateus, foi paralisada. Todos os 150 trabalhadores da unidade cruzaram os braços, o que parou parte do transporte de petróleo do Espírito Santo.  Segundo Hoffman, para esta terça-feira (4) estão previstas ações em unidades de produção.

"A base 61 é administrativa. Para amanhã (terça-feira, dia 4) estaremos fazendo ações em área operacional, onde há produção. A empresa terá mais dificuldade em resolver", afirma. O coordenador disse que, por questões estratégicas, não poderia revelar onde acontecerá o ato.

A greve é nacional e mobiliza cerca de oito mil petroleiros, segundo informa a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Nesta segunda, a paralisação foi registrada em 17 bases da Petrobras em dez Estados: Amazonas, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, além do Espírito Santo.

Segundo Hoffmann, o início da greve na base de São Mateus foi estratégica. “A Petrobras já anunciou que vai fechar a base 61 aqui em São Mateus até o fim do ano. Os trabalhadores vão ficar sem emprego e não podemos ver isso sem fazer nada”, destaca Hoffmann. Segundo ele, a empresa já demitiu quase 400 empregados concursados no Paraná e mais de mil terceirizados.

Durante a manhã desta segunda-feira, os grevistas chegaram a fechar a BR 101, em São Mateus, por cerca de 20 minutos.

O QUE DIZ A EMPRESA

Por meio de nota, a Petrobras afirmou que "considera descabidas as justificativas apresentadas pelos sindicatos, uma vez que todos os compromissos firmados na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho vigente vêm sendo integralmente cumpridos".

"A Companhia vem atuando para garantir o acesso normal às unidades e o revezamento de turnos dos seus profissionais, ainda que se faça necessária a busca da Justiça, para fazer valer seus direitos, tendo obtido decisões liminares que garantam a continuidade e a segurança das operações. É válido lembrar que a companhia respeita integralmente todas as decisões da Justiça e espera o mesmo comportamento dos sindicatos que representam a categoria dos petroleiros, e também de seus empregados", informa a empresa.

"A Companhia destaca que todas as medidas previstas nos padrões da empresa e na legislação trabalhista serão aplicadas quando cabíveis. Ressaltamos a imperatividade do cumprimento dos contratos de trabalho e da garantia das condições adequadas de operação. Destacamos que, até o momento, nossas unidades seguem operando dentro dos padrões de segurança, com acionamento de equipes de contingência quando necessário", completa o texto.

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