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Publicado em 17 de abril de 2025 às 19:14
Mais cinco cidades vão passar a integrar a rede de gás natural canalizado no Espírito Santo. A expansão da rede – que vai chegar a dobrar de tamanho – está prevista para os próximos cinco anos e consta no plano da ES Gás, distribuidora de gás natural no Estado, para o período de 2025 a 2030, com investimentos na casa de R$ 1 bilhão.
A ES Gás hoje está presente em 14 cidades do Espírito Santo, sendo a chegada ao último município, Guarapari, anunciada no final do ano passado. A intenção da concessionária é levar a rede de gás natural para Pedro Canário, Nova Venécia, Jaguaré, Domingos Martins e Mimoso do Sul.
Em Domingos Martins, por exemplo, a ideia é disponibilizar gás natural para contribuir para o turismo, a exemplo do que já foi feito em Campos do Jordão (SP) e Gramado (RS), detalha Fábio Bertollo, diretor-presidente da ES Gás.
Em Mimoso do Sul, a chegada da rede de gás será importante por se tratar da porta de entrada da frota pesada na BR 101, na Região Sul, mesma situação de Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo. Nos outros municípios há potencial para indústria. Ainda não há um cronograma ou ordem de chegada da redes nas cidades.
Também serão fortalecidos os corredores sustentáveis nas estradas federais que cortam o Espírito Santo. O objetivo é garantir que nenhuma estrada fique sem a opção de abastecimento rápido de caminhões com gás natural. Serão 65 postos com bicos de alta capacidade, que podem abastecer uma carreta em 15 minutos. Para essa parte do plano, está previsto investimento de R$ 300 milhões.
O anúncio desses investimentos foi feito em um evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). O planejamento foi protocolado junto à Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP), na última segunda-feira (14), estabelecendo as diretrizes da companhia até 2030. Agora, a Arsp vai analisar o projeto no prazo de um mês.
Entre os resultados esperados a partir do plano de cinco anos, destacam-se o foco na interiorização do serviço, a implantação de mais 480 km de rede, a conexão de 92 mil novos consumidores e o atendimento a 30 novas indústrias (hoje são 60 conectadas). O objetivo é atingir 1.100 km de rede até 2030.
“Nosso objetivo é oferecer o gás que o Espírito Santo precisa, com o desenvolvimento do interior do Estado, a redução de emissões e a ampliação da competitividade. O plano é necessário para estabelecer uma matriz energética segura, robusta e diversificada, proporcionando segurança energética necessária para a atração de novos negócios, que vão acelerar a economia do Estado”, avalia o diretor-presidente da ES Gás, Fabio Bertollo.
Uma segunda diretriz do plano passa pela democratização energética. O aporte será de R$ 470 milhões para dobrar a base de clientes, tanto nos mercados residencial e comercial quanto nas indústrias.
A terceira parte envolve segurança operacional. Serão R$ 230 milhões investidos na infraestrutura existente e em melhorias e digitalização dos sistemas, para aumentar eficiência.
Fábio Bertollo
Diretor-presidente da ES GásEstá prevista ainda a integração de quatro usinas de biometano à rede da concessionária. O biometano — combustível 100% renovável — terá papel central na estratégia de descarbonização do Estado. Outro importante resultado esperado é a redução de emissões no Espírito Santo.
O projeto para as duas primeiras usinas já está em andamento. E segundo Bertollo, uma delas, a na Marca Ambiental, deve começar a injetar o biometano na rede no final do ano. Assim, parte do gás natural vai passar a ter uma fatia renovável. As duas novas usinas previstas ainda são projetos que estão sendo mapeados.
A ES Gás estima que o uso do gás natural e biometano evitará a emissão de 900 mil toneladas de CO₂ por ano até 2030, contribuindo efetivamente para a transição energética e alinhada ao Plano de Descarbonização do Estado. Segundo Bertollo, isso equivale a mil ônibus urbanos rodando sem emitir gases poluentes.
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