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Por falta de voos, trabalhadores com Covid permanecem isolados em plataformas no ES

Por falta de voos, trabalhadores com Covid permanecem isolados em plataformas no ES

Sindicato afirma que alguns petroleiros com suspeita de Covid não foram testados pela Petrobras e que pessoas que tiveram contato com infectados seguem trabalhando

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 19:14

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Profissionais em atividade na plataforma P-57
Profissionais em atividade na plataforma P-57. (Gabriel Lordello/Mosaico Imagem/Petrobras)
Vinícius Brandão
Estagiário / [email protected]
Por falta de voos, trabalhadores com Covid permanecem isolados em plataformas no ES

Após o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-ES) ter emitido um comunicado na quarta-feira (19) alertando para um novo surto de Covid-19 em duas plataformas da Petrobras no Espírito Santo e que os infectados não estavam sendo desembarcados das unidades, uma parte dos profissionais foi trazida para a terra nesta quinta (20). No entanto, alguns trabalhadores ainda permanecem isolados dentro das plataformas.

Os casos estão concentrados na P-57 e na P-58, as duas maiores plataformas de petróleo do litoral capixaba. O sindicato tem reclamado que petroleiros que testaram positivo estão sendo mantidos a bordo, sendo que o protocolo que vinha sendo adotado pela Petrobras e que é exigido pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) é a retirada deles das unidades.

De acordo com o coordenador-geral do Sindipetro-ES, Valnísio Hoffman, após a publicação da reportagem de A Gazeta, a Petrobras desembarcou oito petroleiros que testaram positivo para a Covid. Eles estavam a mais de cinco dias à espera do desembarque.

No entanto, ainda esperam pelo desembarque três trabalhadores que estão com suspeita de Covid na P-57 e quatro que testaram positivo para a doença na P-58. A situação na P-57 é mais preocupante, segundo Hoffman, pois os testes não estariam sendo realizados nos trabalhadores.

Ele explicou ainda que a empresa continua alegando problemas de logística para realizar os voos sanitários de transporte dos infectados, embora os voos para embarque e desembarque dos demais petroleiros sigam acontecendo normalmente.

“A empresa tem condições de alugar helicópteros reservas. Isso que está acontecendo só prova que se acontecesse um acidente a bordo, a empresa não teria condições de retirar o pessoal”, afirmou.

FALTA DE TESTES E DE ISOLAMENTO

Outra preocupação do sindicato é com a falta de testagem e do isolamento devido nas plataformas. Segundo Hoffman, trabalhadores que tiveram contato com quem teve resultado positivo para Covid não estão sendo isolados.

Além disso, aponta que na P-57 não está sendo realizada a testagem dos casos suspeitos.

Além disso, o sindicato afirma que os trabalhadores das plataformas que tiveram contato com quem está com Covid não foram isolados, mas apenas colocados para trabalhar em horários alternativos.

Pelo protocolo, quem teve contato com alguém que testou positivo também deveria ser testados e isolado. “Temos colegas que estão há 16 dias a bordo, que são contactantes e que estão trabalhando normalmente. A Petrobras não desembarcou eles”, afirma Hoffman.

O sindicato disse que continua cobrando uma solução imediata e que ainda não teve um retorno satisfatório da gerência da Petrobras. O Sindipetro-ES também afirmou que vai ingressar com uma representação no Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a conduta da empresa.

O QUE DIZ A PETROBRAS

A Petrobras foi novamente procurada pela reportagem de A Gazeta, e enviou nota afirmando que "as plataformas seguem operando, seguindo todos os protocolos de prevenção ao contágio pela Covid-19" e que "todos os novos casos confirmados nas plataformas P-57 e P-58 são assintomáticos ou com sintomas leves e estão sendo acompanhados pelas equipes de saúde da Petrobras".

A empresa não explicou sobre a dificuldade com voos para desembarcar os infectados, mas confirmou que, pelo protocolo, "quando ocorre a confirmação de um caso positivo, o colaborador é isolado e segue sendo acompanhado pela área de Saúde até o seu desembarque", e que o mesmo ocorre com casos de colaboradores sintomáticos.

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