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Lojas físicas deverão se reinventar para sobreviver na pós-pandemia

Lojas físicas deverão se reinventar para sobreviver na pós-pandemia

Comerciantes terão que lançar mão de diferenciais como produtos exclusivos, atendimento personalizado e melhores preços para atrair clientes

Publicado em 4 de maio de 2020 às 06:48

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Vanessa Sales intensificou a venda de produtos pela internet
Vanessa Sales intensificou a venda de produtos pela internet. (Divulgação)

A pandemia do coronavírus está provocando mudanças nas indústrias, no comércio e nos serviços. Tais transformações devem aumentar depois que a crise da saúde passar e as pessoas voltarem, paulatinamente, a consumir. As lojas físicas, por exemplo, deverão se reinventar para conseguir competir com o comércio virtual, que vem crescendo – ainda assim, algumas podem nem conseguir chegar ao período pós-coronavírus.

Por todos os negócios, o coronavírus tem trazido impactos profundos e muitas alterações devem permanecer após a pandemia, como mostra a série de reportagem sobre essa "nova ordem mundial" instalada com o combate ao novo inimigo da humanidade. As políticas econômicas, as relações de trabalho, o formato de gerenciar as nações são vistas como o "novo normal" e devem permanecer.

De acordo com o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio), João Elvécio Faé, as lojas terão que se reinventar para continuar tendo resultado. “Alguns devem passar por mudanças mais profundas, outros menos, mas todos vão precisar se adaptar”, avalia.

Segundo ele, os grandes varejistas serão menos impactados. “As pessoas ainda gostam de ir aos supermercados ver e escolher o produto – ver se a carne está um pouco mais gorda, ou mais magra. Então nesse segmento não deve ter tanta mudança. A principal já está acontecendo, já que muitos supermercados estão permitindo as compras on-line.”

“Já as lojas de rua, por exemplo, deverão apresentar algo diferente para os clientes. O comércio virtual vem crescendo muito nos últimos anos e ainda mais agora, então as lojas vão precisar se diferenciar”, destaca. Entre as opções estão o atendimento personalizado, a oferta de produtos exclusivos e a construção de um ambiente que tenha outras finalidades além das compras.

Uma das comerciantes que já está procurando alternativas é Vanessa Sales, 25. Há cerca de um ano, quando ela decidiu abrir a Flor de Canela, a economia apresentava sinais de que iria crescer e os negócios iriam vingar. Porém, o coronavírus foi um balde de água fria para os planos que Vanessa vinha fazendo.

Para conseguir pagar as contas ela se viu obrigada a renegociar o contrato de aluguel da loja, que fica em Jardim Camburi, e precisou investir em divulgação pelas redes sociais. 

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Eu nunca descartei o delivery, mas só com a crise que passei a investir mais nessa questão de entregar os produtos que vendo. Agora, faço entregas, em média três vezes por semana

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“Também pretendo focar mais nas pessoas e no relacionamento com meu cliente. O mercado já está poluído demais para empresas que não têm nada além de produto para oferecer”, avalia. Ela garante que continuará investindo nas vendas on-line mesmo depois que voltar a reabrir a loja.

“O e-commerce tende a crescer cada vez mais. Acho que o futuro das lojas será esse. Depois dessa crise ficou ainda mais evidente a importância das redes sociais para os negócios”, completou.

TENDENCIA DE CRESCIMENTO DO COMÉRCIO ON-LINE

O pensamento da comerciante Vanessa Sales está correto, segundo avalia o presidente das startups Shipp e Zaitt, Rodrigo Miranda. “Falando das formas de consumo, o delivery já vinha crescendo muito forte. Crescemos em um ano o que estava previsto para crescer em 3 anos”, afirma.

Segundo ele, muitas pessoas que ainda eram avessas aos pedidos de encomenda viram que o serviço é confiável. “Pode ser que passada a pandemia venha uma pequena retração no serviço de entregas, mas a venda de produtos pela internet deve se consolidar nos meses subsequentes ao fim do coronavírus”, acredita Miranda.

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Até por conta disso ele defende que o comércio físico precisará se reinventar. “O varejo físico não vai morrer, mas vai precisar investir em tecnologia, fazer delivery, ou criar outros motivos para as pessoas saírem de casa e irem comprar nas lojas de rua”, conclui.

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