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Lojas de roupas se recuperam no ES e esperam impulso com Dia das Mães

Lojas de roupas se recuperam no ES e esperam impulso com Dia das Mães

Vendas de roupas e calçados no Estado tiveram alta de 39,6% em março, na comparação com mesmo período de 2020. Apesar de base de comparação ser baixa, setor já vê sinais de melhora e está mais otimista

Publicado em 8 de maio de 2021 às 02:00

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Movimentação do comércio no Centro de Vitória: setor de vestuário espera aumento de vendas em função do Dia das Mães. (Vitor Jubini)

Enquanto o comércio capixaba em geral registrou aumento de 10% nas vendas de março em relação ao mesmo período do ano passado, as lojas de roupas e calçados tiveram um crescimento quase quatro vezes maior. As vendas no segmento de tecido, vestuário e calçados subiram 39,6% em março, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (7) pelo IBGE.

Especialistas do setor explicam que parte do forte crescimento pode ser atribuído à base de comparação, que estava muito baixa em função da pandemia da Covid-19 ter estourado justamente em março do ano passado.

Porém, eles explicam que, de fato, o setor tem apresentado uma gradual recuperação, que deve ser ainda mais impulsionada agora pelas vendas de Dia das Mães, que vão ajudar a compensar parte dessas perdas.

O Dia das Mães é a segunda data mais importante para o varejo, perdendo somente para o Natal e, neste ano, a expectativa é que as compras elevem o faturamento do comércio em cerca de R$ 290 milhões em território capixaba, segundo projeções da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES).

No ano passado, o comércio esteve praticamente paralisado nesta data, em função das restrições impostas durante a primeira fase da pandemia do novo coronavírus.

Naquela época, somente em parte do Estado os estabelecimentos puderam atender clientes de forma presencial. Ainda assim, o horário de atendimento era reduzido e o comércio trabalhava em regime de revezamento. Em algumas regiões, inclusive na Grande Vitória, as lojas puderam funcionar somente com serviço de entregas e retiradas.

Atualmente, mesmo as cidades classificadas como em risco de extremo da Covid-19, ainda é permitido aos lojistas o atendimento presencial no comércio em alguns dias da semana. Nas cidades em risco alto, como na Grande Vitória, o horário de funcionamento foi estendido nesta semana, até este sábado, para atender o maior fluxo de pessoas.

Conforme observou o empresário e diretor da Fecomércio-ES, José Carlos Bergamin, os itens mais buscados nesta época para presentear são roupas, calçados e cosméticos, e isso deve ajudar o segmento a recuperar as perdas.

Movimentação no comércio de rua no Centro de Vitória
Loja de roupa no Centro de Vitória. (Vitor Jubini)

“A gente lembra de março do ano passado pelo fechamento do comércio, no dia 19. Mas antes disso, já havíamos passado uma semana praticamente parados por causa do carnaval, então os resultados do comércio naquele mês foram terríveis. E as vendas continuaram caindo no restante do segundo trimestre, que foi quando ocorreu a primeira onda da Covid”, destacou.

Nos meses seguintes, segundo Bergamin, as vendas foram retomadas com força maior do que se esperava, pois houve houve liberação de crédito, do auxílio emergencial, e do saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que permitiram maior movimentação da economia.

“A queda foi muito grande nos primeiros meses da pandemia, e o setor de vestuário e calçados, por exemplo, foi muito afetado, pois anda em conjunto com as atividades de turismo, com as comemorações, que ficaram praticamente paralisadas. Depois, a economia foi tão irrigada que até setores como o nosso, que sofreu tanto, voltaram mais fortes.”

Essa retomada, ele explica, foi interrompida pelo recrudescimento da pandemia, que levou a uma quarentena de 18 dias no Estado, entre 18 de março e 4 de abril de 2021. Em abril, a manutenção de diversos municípios na classificação de risco extremo provocou novas quedas, o que deve impactar os resultados do mês de passado também.

Mas, em maio, já se observa uma retomada mais forte, com as atividades do comércio praticamente normalizadas na maior parte do Espírito Santo. Além disso, ele observa que, a esta altura, as pessoas já investiram nos itens para casa, como móveis e artigos domésticos, que tiveram procura elevada no ano passado em função do isolamento social. Com isso, há mais espaço no orçamento agora para itens que haviam ficado em segundo plano.

“As pessoas agora estão olhando mais para si, então estão investindo mais em roupas, calçados e similares, e não em itens para casa. Nos municípios em que a situação está mais controlada, já se fala em sair um pouco, realizar pequenas comemorações, ainda que somente em família. Todo mundo já fala em comemorar o Dia das Mães, por exemplo. E isso anima o setor, que enfrentou duras perdas.”

O coordenador-executivo do Procon de Vila Velha, George Alves, reforça, entretanto, que quem vai às compras neste fim de semana deve permanecer atento às medidas de prevenção ao novo coronavírus para evitar que um novo surto da doença se alastre.

"Sempre que for sair de casa para pesquisar preços e comprar presentes, evite aglomeração, sempre utilize máscaras e mantenha a higienização constante. Se perceber que a loja já está na sua capacidade máxima de clientes, espere do lado de fora, afastado dos demais."

Além disso, se for à loja, o consumidor deve verificar se o estabelecimento fornece o álcool em gel, que é um item de prevenção à Covid-19 que deve ser oferecido pela empresa, em locais de fácil acesso.

Alves ainda faz um pedido: "Quem for presentear a mãe, dê preferências ao comércio local, de modo a ajudar na recuperação econômica dos comerciantes."

COM PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO DA DEMANDA, SETOR TÊXTIL AINDA SE QUEIXA DE ESCASSEZ

Ao passo que é esperado um aumento de venda de itens de vestuário e calçados, indústrias do setor têxtil ainda lidam com dificuldade encontrar insumos, o que se reflete no encarecimento dos preços.

A presidente Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral, de Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fibras Artificiais e Sintéticas e do Vestuário do Estado (Sindutex), Mariluce Polido Dias, explica que, para as confecções, a melhora dos resultados ainda é menos sensível.

“Esse ano que passou nos deixou arrasados. Houve falta de produtos no mercado, e não foi por causa de uma alta demanda de consumo, e sim porque houve uma demanda muito pequena naquele primeiro momento da pandemia, e a produção caiu muito. Se não vende roupa, não vende tecido, não vende fio. É uma cadeia. E ainda hoje faltam alguns itens, como fio e tecido”, explica.

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