Publicado em 8 de julho de 2020 às 11:13
O desempenho da indústria capixaba em maio foi negativo, apresentando a terceira queda seguida no ano. O setor teve recuo de 7,8% na comparação com o mês anterior, de acordo com o Índice Mensal de Produção Industrial (PIM), divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi pior resultado do país, o melhor foi o do Paraná (24,1%). >
De acordo com o IBGE, além do chamado efeito-calendário negativo - maio de 2020 teve 20 dias úteis, dois a menos que maio do ano anterior , a diminuição do ritmo da produção por conta dos efeitos do isolamento social em função da pandemia afetou o processo produtivo de várias unidades industriais no país. >
Para o vice-presidente do ES em Ação, Nailson Dalla Bernadina, o resultado negativo já era esperado pelo setor empresarial. Ele aponta que para superar esse momento e reverter o quadro é preciso que os setores trabalhem colaborativamente. "Mais do que nunca é preciso unir forças em prol de salvar vidas e empregos. Precisamos de ações organizadas em várias frentes de trabalho, por parte dos governos estadual e federal, para que possamos dar fôlego aos empregos e à economia", afirma. >
Com o resultado apresentado em maio, a indústria do Espírito Santo acumula uma retração de 18,5% no ano. (Veja no gráfico abaixo) Com relação a este mesmo período, a maior queda foi registrada nas indústrias extrativas estas encolheram 26,1%. Já as indústrias de transformação, de um modo geral, recuaram 11,7% com destaque negativo para metalurgia (-19,3%) e produtos alimentícios (-4,4%), produtos minerais não-metálicos (-15%) e celulose, papel e produtos de papel (-0,9%). >
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Já na comparação entre maio de 2020 com o mesmo mês do ano passado, a maior queda acumulada foi a da indústria metalúrgica, que apresentou uma retração de 43,1%. Na sequência aparecem produtos alimentícios (-36,2%), indústrias extrativas (-30,9%) e produtos de minerais não-metálicos (-28,6%). De uma maneira geral, na comparação com abril de 2019 a produção nas indústrias do Espírito Santo retraiu 31,7%. >
No acumulado dos últimos 12 meses, a indústria capixaba retraiu 18%. Sendo a fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-28,1%), indústrias extrativas (-24,2%) e metalurgia (-17%) as principais responsáveis pelo mal desempenho. >
A indústria é um dos setores que mais vem sendo impactado pela crise econômica provocada pelo novo coronavírus e o cenário no Espírito Santo ainda é bem difícil. Alguns segmentos, como o metalúrgico e o de papel e celulose, por exemplo, viram a demanda global cair em meio à pandemia. No caso do aço, no Estado, a ArcelorMittal Tubarão, por exemplo, estava reduzindo a produção>
Porém, o religamento do alto-forno 2 da ArcelorMittal, anunciado nesta quarta-feira, deve contribuir para melhorar o horizonte para a indústria da transformação. De acordo com a empresa, o equipamento será religado no dia 26 de julho. Ele tem capacidade para produção de 1,2 milhão de toneladas de ferro gusa/ano, estava paralisado desde o ano passado, quando passou por uma ampla reforma de manutenção e permaneceu parado em virtude da instabilidade nos cenários econômicos nacional e internacional.>
No segmento extrativo, a crise do petróleo também trouxe impacto à produção industrial, como mostra o IBGE. Devido ao cenário, a Petrobras derrubou a produção de óleo e gás em diversas plataformas, afetando o desempenho do setor. >
Em maio deste ano, 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE tiveram taxas positivas na comparação com abril, na série com ajuste sazonal. Os maiores avanços foram no Paraná (24,1%), em Pernambuco (20,5%) e no Amazonas (17,3%). Na Região Nordeste (12,7%) e nos Estados do Rio Grande do Sul (13,3%), São Paulo (10,6%) e Bahia (7,6%) também houve crescimento acima da média nacional (7,0%). >
O Espírito Santo (-7,8%) apontou o recuo mais elevado. As demais taxas negativas ficaram por conta do Ceará (-0,8%)e do Pará (-0,8%). >
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