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Cidades do ES têm desafio de recuperar potencial econômico no pós-pandemia

Cidades do ES têm desafio de recuperar potencial econômico no pós-pandemia

Estudo do Ideies avaliou indicadores de infraestrutura, potencial de mercado, capital humano e gestão fiscal de cada município capixaba. Vitória ficou em primeiro lugar no ranking

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 19:53

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Imagens de drone da Praia de Camburi
Pesquisa avaliou indicadores econômicos dos municípios capixabas. (Luciney Araújo)

O Indicador de Ambiente de Negócios (IAN) 2020, divulgado nesta terça-feira (8) pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies), entidade do Sistema Findes, mostrou que os municípios do Espírito Santo terão um grande desafio para recuperar seu potencial de mercado após a pandemia do novo coronavírus.

Embora o estudo não contemple dados de 2020, pelos indicadores é possível notar que a grande maioria das cidades capixabas já enfrentava dificuldade em relação ao mercado no ano anterior, com resultados influenciados pelo cenário econômico nacional. Mesmo Vitória, que manteve a primeira posição geral no ranking, apresentou uma diminuição sutil nos indicadores.

Na Capital, a nota de potencial de mercado reduziu de 7,6 em 2019 para 7,26. A retração foi puxada pelos índices de acesso ao crédito, em que Vitória passou a ocupar a 31ª posição. No ano passado, ocupava a 26ª colocação. Também são analisados parâmetros de diversidade setorial, inovação e tamanho de mercado.

Apesar da leve retração, Vitória está em uma posição muito mais vantajosa em relação ao potencial de mercado, se comparada aos demais municípios do Estado. Em muitas cidades, a nota para este indicador é inferior a 4,0.

“É o eixo que mais chama a atenção quando a gente analisa a situação, porque houve um desempenho ruim de modo geral. E não quer dizer necessariamente que é culpa do município porque o potencial de mercado é afetado pelas condições macroeconômicas do país, pelo PIB (Produto Interno Bruto), geração de renda, criação de empregos, etc., que não performaram muito bem no último ano. Somente 26 municípios evoluíram”, destacou o economista-chefe da Findes e diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive.

Saintive observa, entretanto, que houve avanços em outras áreas, como o indicador de capital humano, calculado a partir do desempenho em áreas como educação, qualificação da mão de obra e saúde.

“Os dados mostram que as políticas públicas, principalmente voltadas para educação, melhoraram bastante. E isso é algo que é importante destacar porque vai gerar frutos no futuro. Já nos outros eixos, houve certa estabilidade.”

O estudo, elaborado pela Findes por meio do Ideies, avalia um conjunto de fatores ligados às atividades produtivas dos municípios do Estado. O IAN é composto por 39 indicadores e organizado em 4 eixos (infraestrutura, potencial de mercado, capital humano e gestão fiscal), desmembrados em 10 categorias (condições urbanas, segurança pública, transporte, acesso a crédito, diversidade econômica, inovação, tamanho de mercado, educação, qualificação da mão de obra, saúde e gestão fiscal).

Dados detalhados de todas as cidades não foram apresentados porque o lançamento oficial do IAN 2020 ocorreu após a liberação desta reportagem.

Inicialmente, o estudo estava previsto para ser liberado em setembro, mas teve a divulgação adiada em função do período eleitoral, conforme explicou a presidente da Findes, Chris Samorini.

“Esses dados têm uma importância e achamos que a ferramenta poderia ser usada em alguns momento inoportunos. Contudo, a intenção era utilizá-los como material para apoio de gestão e não como nota para classificar gestão política.”

Em entrevista coletiva realizada nesta manhã para a apresentação de algumas informações prévias sobre o IAN 2020, Saintive destacou que, ao analisar os dados gerais do Estado, é importante fazer uma observação desagregada dos indicadores, a fim de compreender os aspectos em que é preciso avançar.

Vitória, cujos dados detalhados foram apresentados como exemplo durante a coletiva, tem o melhor ambiente de negócios – até mesmo por se tratar da Capital, que é porta de entrada para o Espírito Santo –, mas teve quedas nos indicadores, sendo o pior desempenho na área de gestão fiscal, em que recuou dez posições, passando do 6º lugar para o 16º em 2020.

Nos demais municípios, houve uma série de oscilações. A nota média do IAN capixaba é 5,19, que, segundo o economista-chefe do Ideies, não é um patamar ruim. Entretanto, Saintive destaca que é necessário um olhar mais atento para os municípios do interior que, com algumas exceções, se mantém abaixo da média estadual.

“O Espírito Santo vem se desenvolvendo nos últimos anos, mas é preciso olhar separadamente para cada município. Ainda se nota uma necessidade de avanço.”

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