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Ex-policial federal é preso por ajudar na fuga de ex-líder da Telexfree

Ex-policial federal é preso por ajudar na fuga de ex-líder da Telexfree

Ousadia II investiga policiais aposentados que são suspeitos de fraudar sistema para facilitar ida de Sanderley Rodrigues para os Estados Unidos. Na época, ele era investigado no Brasil por participar de outra suposta pirâmide financeira

Publicado em 2 de julho de 2020 às 16:57

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Data: 25/05/2015 - Ex-líder da Telexfree Sann Rodrigues é preso nos EUA - Editoria: Economia - Foto: reprodução
Ex-líder da Telexfree Sann Rodrigues é suspeito de fugir do Brasil, segundo as autoridades. (Reprodução)

Polícia Federal no Espírito Santo cumpriu mandado de prisão de um ex-policial federal envolvido em esquema para ajudar na fuga do ex-líder da Telexfree, Sanderley Rodrigues. A detenção foi realizada na quarta-feira (1). Os autoridades ainda procuram um advogado que também é suspeito de participação no evento.

Segundo a PF, servidores da própria corporação são suspeitos de agir para fraudar sistemas para favorecer investigados por diversos crimes.

Ex-policial federal é preso por ajudar na fuga de ex-líder da Telexfree

Sann, como era conhecido, saiu do Brasil em fevereiro de 2015, pelo Aeroporto de Guarulhos (SP), mesmo após decisão da Justiça Federal no Espírito Santo que o impedia de fazer viagens internacionais.  Ele tinha o nome incluído no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos. 

O empresário que ficou famoso no YouTube por recrutar pessoas para a Telexfree, empresa que foi fechada pela Justiça por ser pirâmide financeira, estava no Brasil divulgando o trabalho em outra companhia semelhante: Ifreex. O negócio, situação em paraíso fiscal, também era investigado pela Polícia Federal no Espírito Santo por desdobramentos internacionais e por ter características de aplicar golpes da pirâmide.

Na segunda fase da Ousadia, deflagrada nesta quarta-feira (1), a  polícia realizou o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, nas cidades de São Paulo/SP e Brasília/DF, em investigação de grupo de servidores aposentados e advogado que prometia acessar ou alterar sistemas de informação da Polícia Federal mediante o pagamento de vantagem indevida. Desta vez, foram apreendidos equipamentos eletrônicos relevantes no contexto das investigações.

As apurações sobre o envolvimento dos policiais na fuga de Sanderley começaram em 2015. As investigações mostraram que, por intermédio de um advogado, um ex-policial prometeu retirar o nome do investigado da lista dos impedidos de deixar o país, mediante o pagamento. E, para concretizar a ação, esse ex-policial contou com a participação de outro policial que à época estava na ativa e agora está aposentado.

Em fevereiro de 2020, a PF realizou a primeira fase da operação, com a prisão do policial inativo e do advogado, que foram soltos um dia depois, mas nesta quarta-feira tiveram a liberdade revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em fevereiro, a Justiça, além da prisão, tinha determinado o bloqueio de R$ 1.485.576,43 dos envolvidos e a apreensão de criptomoedas, que totalizaram, no momento, 5,15 Bitcoin (cerca de R$ 218 mil na cotação atual).

Ainda de acordo com a polícia, o nome da operação tem como referência a ousadia dos suspeitos de envolvimento no crime contra a Polícia Federal. As verificações da PF mostraram que, por intermédio de um advogado, um ex-policial prometeu retirar o nome do investigado da lista de procurados mediante o pagamento de R$ 150 mil, sendo que parte deveria ser paga em criptomoeda.

Sanderley Rodrigues chegou a ser preso nos Estados Unidos em 2015 após voltar de uma outra viagem internacional.  Na época, ele teve o passaporte apreendido pela Justiça americana. Segundo o Departamento de Polícia de Massachusetts ao jornal A Gazeta na época, Sann poderia pegar até 10 anos de prisão por cometer fraudes na obtenção do green card (visto permanente de moradia nos Estados Unidos).

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A reportagem procurou o advogado de Sann Rodrigues, Sérgio Carlos de Souza, que disse não ter conhecimento do ocorrido e que não tem mais nada a declarar sobre o caso.

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