Publicado em 2 de julho de 2020 às 16:57
A Polícia Federal no Espírito Santo cumpriu mandado de prisão de um ex-policial federal envolvido em esquema para ajudar na fuga do ex-líder da Telexfree, Sanderley Rodrigues. A detenção foi realizada na quarta-feira (1). Os autoridades ainda procuram um advogado que também é suspeito de participação no evento.>
Segundo a PF, servidores da própria corporação são suspeitos de agir para fraudar sistemas para favorecer investigados por diversos crimes.>
Sann, como era conhecido, saiu do Brasil em fevereiro de 2015, pelo Aeroporto de Guarulhos (SP), mesmo após decisão da Justiça Federal no Espírito Santo que o impedia de fazer viagens internacionais. Ele tinha o nome incluído no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos. >
O empresário que ficou famoso no YouTube por recrutar pessoas para a Telexfree, empresa que foi fechada pela Justiça por ser pirâmide financeira, estava no Brasil divulgando o trabalho em outra companhia semelhante: Ifreex. O negócio, situação em paraíso fiscal, também era investigado pela Polícia Federal no Espírito Santo por desdobramentos internacionais e por ter características de aplicar golpes da pirâmide.>
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Na segunda fase da Ousadia, deflagrada nesta quarta-feira (1), a polícia realizou o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, nas cidades de São Paulo/SP e Brasília/DF, em investigação de grupo de servidores aposentados e advogado que prometia acessar ou alterar sistemas de informação da Polícia Federal mediante o pagamento de vantagem indevida. Desta vez, foram apreendidos equipamentos eletrônicos relevantes no contexto das investigações.>
As apurações sobre o envolvimento dos policiais na fuga de Sanderley começaram em 2015. As investigações mostraram que, por intermédio de um advogado, um ex-policial prometeu retirar o nome do investigado da lista dos impedidos de deixar o país, mediante o pagamento. E, para concretizar a ação, esse ex-policial contou com a participação de outro policial que à época estava na ativa e agora está aposentado.>
Em fevereiro de 2020, a PF realizou a primeira fase da operação, com a prisão do policial inativo e do advogado, que foram soltos um dia depois, mas nesta quarta-feira tiveram a liberdade revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). >
Em fevereiro, a Justiça, além da prisão, tinha determinado o bloqueio de R$ 1.485.576,43 dos envolvidos e a apreensão de criptomoedas, que totalizaram, no momento, 5,15 Bitcoin (cerca de R$ 218 mil na cotação atual).>
Ainda de acordo com a polícia, o nome da operação tem como referência a ousadia dos suspeitos de envolvimento no crime contra a Polícia Federal. As verificações da PF mostraram que, por intermédio de um advogado, um ex-policial prometeu retirar o nome do investigado da lista de procurados mediante o pagamento de R$ 150 mil, sendo que parte deveria ser paga em criptomoeda.>
Sanderley Rodrigues chegou a ser preso nos Estados Unidos em 2015 após voltar de uma outra viagem internacional. Na época, ele teve o passaporte apreendido pela Justiça americana. Segundo o Departamento de Polícia de Massachusetts ao jornal A Gazeta na época, Sann poderia pegar até 10 anos de prisão por cometer fraudes na obtenção do green card (visto permanente de moradia nos Estados Unidos). >
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