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Publicado em 28 de outubro de 2021 às 11:57
Uma operação para combater a propaganda enganosa e o aumento abusivo dos preços de combustíveis foi deflagrada pela Polícia Civil em uma rede de postos em Vila Velha nesta quinta-feira (28). Um empresário, dono da rede, é investigado, segundo a polícia, por suspeita de interromper o abastecimento para realizar aumento de preços e enganar os consumidores, vendendo o combustível por valores diferentes do anunciado. >
O empresário não teve o nome divulgado. A polícia apenas informou que ele é morador do bairro Praia da Costa. Duas unidades da rede também ficam na Praia da Costa e uma terceira fica em Itapuã.>
Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Eduardo Passamani, as primeiras denúncias são referentes ao dia 8 de setembro deste ano, quando houve uma corrida dos motoristas aos postos de combustíveis devido a um anúncio de greve dos caminhoneiros. >
"Como teria havido uma determinação por parte do empresário para que fosse aumentado o preço do combustível devido à alta demanda, consumidores tiveram interrupção do abastecimento para que fosse feito o aumento. Eles, depois, teriam que pagar o restante da gasolina com o valor reajustado", disse o delegado. >
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Passamani explica que a prática é abusiva já que aquelas pessoas que estavam abastecendo ou mesmo as que esperavam na fila foram atraídas para aquele local a partir do preço ofertado na placa. Por isso, uma mudança no valor cobrado só poderia ocorrer caso o local estivesse vazio.
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Vídeos enviados por consumidores lesados à Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa apontam ainda outra irregularidade. Enquanto a placa na entrada do estabelecimento e na bomba era indicado o valor de R$ 6,07 para a gasolina comum, na nota fiscal de um consumidor foi cobrado R$ 6,17. >
Outro denunciante apontou que, no mesmo dia, pagou R$ 6,47 no litro de gasolina, valor que seria para pagamentos a prazo, mesmo ele tendo feito o pagamento a vista. >
Essas movimentações foram corroboradas por documentos obtidos pela polícia junto à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). Eles mostram, segundo a polícia, que houve venda de gasolina com três preços diferentes em um intervalo de minutos nos postos da rede investigada.
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"Além disso, frentistas poderiam estar fazendo abastecimento de gasolina aditivada sem informar o consumidor. Como a maioria das pessoas não costuma conferir a nota fiscal, muitas podem ter sido lesadas", avalia Passamani.
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Durante a operação deflagrada nesta quinta-feira (28) foram recolhidos os celulares dos gerentes dos três postos de combustíveis. O objetivo é saber se a prática abusiva era comandada exclusivamente pelo empresário dono da rede, ou se havia também conluio de gerentes e frentistas. Também será investigado se essas irregularidades eram praticadas de forma contínua nesses postos.
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Segundo o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia, deputado Vandinho Leite, já há evidências atualmente para comprovar que houve cobrança abusiva no dia 8 de setembro nesta rede de postos. >
"É um aumento significativo que aconteceu em um momento de instabilidade onde, infelizmente, está claro que o empresário quis ter lucro em cima da instabilidade econômica e fragilidade da população", disse.>
Ele apontou ainda para a necessidade de os consumidores conferirem se os preços apresentados nas placas dos postos de combustíveis é o mesmo que está na bomba e na nota fiscal. Quem se sentir lesado pode procurar a polícia através do telefone 190 ou denunciar no Procon, delegacia do consumidor ou até na Comissão de Defesa do Consumidor.
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