Publicado em 14 de maio de 2020 às 21:46
O Projeto de Lei 52/2020, que obrigava instituições de ensino da rede privada da Capital a diminuir em pelo menos 30% o valor das mensalidades escolares durante a pandemia do novo coronavírus, foi rejeitado pelo plenário da Câmara de Vitória. O placar foi de 10 votos a 3 em sessão virtual realizada nesta quinta-feira (14). >
Inicialmente, o projeto, de autoria dos vereadores Sandro Parrini (DEM) e Mazinho dos Anjos (PSD), havia recebido parecer pela inconstitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, mas, após recurso, a matéria voltou para a comissão para ser analisada novamente. Com a adição de duas emendas que alteraram o texto original, a proposta passou pelos colegiados de Justiça, Direito do Consumidor e Fiscalização de Leis e seguiu para votação no plenário, mas acabou rejeitada. A maioria dos vereadores justificou o voto afirmando que o projeto é, sim, inconstitucional.>
Há uma proposta similar, que prevê a redução da mensalidade pelas instituições de ensino particulares em todo o Espírito Santo, em tramitação na Assembleia Legislativa. Esse texto ainda não foi votado pelos deputados em plenário.>
Na sessão desta quinta, os vereadores de Vitória alegaram que o texto seria inconstitucional. Neuzinha de Oliveira (PSDB), ao justificar seu voto, disse se preocupar com o desgaste de aprovar matérias inconstitucionais. "Aprovamos aqui o homeschooling (ensino domiciliar) e ele não vai acontecer porque é inconstitucional. Já existe uma lei maior, baseada no Direito do consumidor, que permite que as pessoas vejam essa questão de forma pessoal, como são pessoais os contratos", afirmou.>
>
Para um dos autores do texto, vereador Sandro Parrini (DEM), a proposta é constitucional e tem base em decisões dos tribunais superiores. A matéria trata, sim, de relação de consumo, é matéria relacionada a Direito do consumidor e já existem decisões do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal nesse sentido. Insistimos porque acredito que perdemos a oportunidade de ser a primeira Câmara a tratar dessa matéria no país", defendeu.>
Todas as instituições de ensino, tanto na rede pública quanto privada, estão fechadas desde o dia 17 de março, para tentar conter o avanço do coronavírus no Estado. Muitas adotaram o modelo de Educação a Distância (EaD) com aulas on-line e atividades para que os alunos façam em casa. Algumas creches e faculdades já negociaram reduções de mensalidades, mas a ideia das propostas apresentadas pelos parlamentares é obrigar todas a fazer essa negociação. >
A matéria é controversa e foi tema da seção "Um tema, duas visões", publicado no último domingo em A Gazeta.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta