Publicado em 10 de julho de 2020 às 12:46
Pela primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirmou que a Grande Vitória vive uma estabilização consolidada no número de novos casos, pacientes internados e novas mortes pela Covid-19. >
No entanto, para manter a estabilidade até que haja um declínio na curva epidemiológica, o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, fez um apelo para que medidas de isolamento social sejam mantidas. As afirmações foram feitas durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (10). >
"Estamos vivendo uma estabilização consolidada do número de casos na Grande Vitória e estamos iniciando a fase de recuperação nessa região, que deverá ser confirmada e acompanhada na evolução das próximas quatro semanas, onde a redução de números de casos e início da fase da recuperação deverá ser observada. Somos o terceiro estado do país a reconhecer casos da doença. Fomos um dos primeiros a adotar medidas as distanciamento social mais amplas no início da pandemia, o que permitiu retardar um pouco o avanço da curva de aceleração e do crescimento rápido da doença", afirmou. >
Segundo levantamentos realizados por técnicos do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a taxa de transmissão do novo coronavírus no Espírito Santo tem apresentado queda, principalmente na Grande Vitória. >
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A taxa é baseada em um cálculo que mede a velocidade em que o vírus se dissemina na população. A Grande Vitória chegou a registrar índice de transmissão de 0,92 no dia 26 de junho. Mas, após análise dos dados consolidados do Painel Covid-19, a taxa ficou em 1,09 para o mesmo dia.>
O número é menor que a taxa de transmissão do Estado em geral, que hoje é de 1.2. No interior, esse dado sobe para 1.6, pois a doença está avançando sobre os municípios que não integram a região metropolitana. >
Secretário de Estado da Saúde
Nésio FernandesNésio explicou, ainda, que no final de abril e na primeira quinzena de maio houve a fase de aceleração dos casos na Grande Vitória, com uma tendência de crescimento apontada até a segunda quinzena de junho. Paralelo a isso, houve um atraso da pandemia nos municípios do interior. >
Segundo ele, esses dados, e considerando a atual estabilização da Grande Vitória, permitiram que o Estado preparasse o sistema de saúde nas diversas fases de expansão de leitos - que no início da pandemia foi de forma mais ampla. >
"Não vamos modificar as decisões que tomamos de expansão de leitos até o presente momento. Na quinta fase de expansão, podemos chegar a 800 leitos. Vamos manter a estratégia de expansão de leitos, mesmo com a redução na pressão assistencial na Grande Vitória, nas próximas semanas. Iremos manter a capacidade do SUS em funcionar como um complexo integrado, onde vamos absorver a demanda do interior e na Grande Vitória", afirmou.>
Já o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, afirmou que a coesão no Espírito Santo foi fundamental para os resultados alcançados até hoje. >
"A permanência dessa coesão é importante porque provavelmente teremos outras ondas, aumentos de casos da doença no decorrer desse ano e talvez no ano que vem até que apareça uma vacina. Manter a coesão será fundamental para que a gente consiga superar a atual fase na doença e possamos, juntos, quando a gente novamente enfrentar um aumento de casos no futuro, estabelecer novamente regras", diz. >
O secretário afirmou que como há curvas em comportamentos distintos na Grande Vitória e municípios do interior, a Matriz de Risco está sendo ajustada para que possa reconhecer a temporalidade e regionalidade das diversas fases da pandemia. Ele afirmou que ainda nesta sexta (10), no fim do dia, o governador Renato Casagrande vai apresentar a nova Matriz de Risco. >
"É necessário que as metodologias de reconhecimento do comportamento da pandemia sejam cada vez mais territorializadas", explicou. >
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