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Entenda o que é “vacina a risco” contra a Covid-19 e por que ela já está em produção

Entenda o que é “vacina a risco” contra a Covid-19 e por que ela já está em produção

Diretor de pesquisa do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, disse que a chinesa Sinovac, que está iniciando os testes da fase 3, já produz lotes para adiantar a distribuição caso a vacina seja aprovada

Publicado em 10 de julho de 2020 às 08:32

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Cientista estuda vacina para o novo coronavírus
Cientista estuda vacina para o novo coronavírus. (Chokniti Khongchum/ Pexels)

Os testes da vacina contra o novo coronavírus, a Coronavac - em desenvolvimento pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac -, vão começar a ser realizados a partir do dia 20 de julho com voluntários no Brasil. No dia 3 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a fase de testes clínicos.

Em entrevista para o Jornal Hoje, da TV Globo, nesta quinta-feira (09), o diretor de pesquisa do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, afirmou que a Sinovac na China já está produzindo lotes de "vacina a risco", ou seja, ainda sem saber o resultado se, de fato, ela será aprovada nos últimos testes ou não. Segundo Palacios, isso é necessário para acelerar a distribuição assim que a vacina for aprovado. "A gente está fazendo todos os esforços possíveis para que a gente tenha a resposta ainda esse ano", disse. 

Em outra entrevista, dessa vez para a CNN, Palacios contou que vacina produzida por laboratório chinês e com parceria da instituição brasileira, é "muito promissora" contra a Covid-19, e que, nas fases 1 e 2, realizadas na China,mais de 90% das pessoas que receberam as duas doses criaram anticorpos que são capazes de neutralizar o novo coronavírus.

De acordo com Palácios,  os primeiros anticorpos contra a doença aparecem cerca de um mês após a vacinação completa. As duas doses têm intervalo de 14 dias. Catorze dias após a segunda, a pessoa já demonstra ter anticorpos neutralizantes para o vírus, então seriam 28 dias no total", explicou.

INSCRIÇÕES ABERTAS NA SEGUNDA (13)

Na próxima segunda-feira (13), segundo o governador de São Paulo, João Doria, estarão abertas as inscrições para selecionar os 9 mil profissionais voluntários da Saúde que participarão dos testes a serem realizados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul.

De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, até o fim do ano, a fábrica da Sinovac terá capacidade de produzir entre 300 e 500 milhões de doses.

"No mundo, são 136 vacinas em desenvolvimento, 12 em estudos clínicos e apenas três estão na terceira fase (de testes clínicos), incluindo a do Butantan Sinovac", afirmou Covas.

A SINOVAC

A chinesa SinoVac está iniciando os testes da fase 3 de sua potencial vacina contra o novo coronavírus, tornando-se uma das três empresas a avançar aos estágios finais da corrida para desenvolver uma imunização contra a doença.

Sobre a posição dos ensaios realizados com candidatas a vacina em todo o mundo, o documento mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nessa segunda-feira, informou que a SinoVac está na fase 3.

A vacina experimental para covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford e que já está sendo testada no Brasil, em estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e a da Sinopharm são as outras candidatas em fase 3, o estágio final.

Os ensaios de fase 1 e fase 2 normalmente testam a segurança de um medicamento antes de entrar nos de fase 3, que testam sua eficácia.

Existem 19 ensaios de vacinas em avaliação clínica, e centenas estão sendo desenvolvidas e testadas em todo o mundo para conter a pandemia de covid-19, doença respiratória que já matou milhares de pessoas e devastou a economia global.

Nenhuma vacina foi aprovada ainda para uso comercial. Uma análise do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, no ano passado, constatou que cerca de uma em cada três vacinas, no primeiro estágio dos testes, é aprovada posteriormente.

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Com informações do Jornal Hoje, CNN Agência Brasil

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