Publicado em 30 de junho de 2025 às 18:50
O desaparecimento de Lázaro Airan dos Santos Pereira, de 17 anos, completa dezoito dias nesta segunda-feira (30). Uma câmera de segurança registrou o momento em que, segundo a Polícia Civil, o adolescente entra em um carro branco com teto preto, pouco antes de 13h do dia 12 de junho, em frente a um famoso restaurante no Centro de São Mateus, no Norte do Espírito Santo. As imagens mostram a última vez em que o rapaz foi visto. O caso passou a ser tratado como sequestro e três suspeitos de envolvimento no crime foram presos.
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), informou que os três suspeitos seguem no Centro de Detenção Provisória de São Mateus. Há cerca de 10 dias nenhuma notícia sobre as investigações é divulgada. Abaixo, confira a cronologia do caso preparada por A Gazeta.
Taiane Souza dos Santos, de 36 anos, mãe de Lázaro, voltou a conversar com a reportagem nesta segunda-feira (30) e disse acreditar que o filho tenha sido assassinado. "Eu acredito que meu filho esteja morto. O apelo que eu faço é para que o juiz defira ordem de prisão contra todos os suspeitos", afirmou.
A mãe do adolescente afirma que o carro em que Lázaro entra e depois desaparece, mostrado nas imagens de câmeras, está circulando pela cidade de São Mateus, mas a polícia não confirmou essa informação. "Por que outras pessoas estão presas e o motorista do carro não? Eu confio no trabalho da Polícia Civil, eles estão trabalhando", disse.
A mãe de Lázaro disse à reportagem, que o adolescente havia desaparecido no horário de almoço do dia 12 de junho, uma quinta-feira, após descer do apartamento onde mora com a família para entregar uma televisão que havia sido vendida por um amigo, no Centro de São Mateus.
Segundo a Taiane Souza dos Santos, o boletim de ocorrência foi registrado 24 horas depois, pois a mãe relatou que sentiu falta do filho na tarde do dia 12 e começou a procurá-lo. O celular do adolescente não recebia mais ligações e, ao começar a ligar para colegas e amigos, já durante a noite, soube que um amigo havia pedido a Lázaro para entregar uma televisão vendida por ele, o que fez com que ela percebesse que algo grave havia ocorrido.
A mãe de Lázaro afirmou que nesse dia pediu imagens das câmeras de segurança aos vizinhos, que mostraram um suspeito com uma televisão nas mãos ao lado de outro homem. As gravações também mostraram o jovem entrando em um carro branco com teto preto acompanhado de outro homem.
Em 17 de junho, uma terça-feira seguinte ao desaparecimento, a Polícia Civil anunciou a primeira prisão: um amigo de Lázaro, apontado pela investigação como suspeito de envolvimento na emboscada e desaparecimento do adolescente. Nesse mesmo dia, a corporação afirmou que o caso havia deixado de ser tratado como desaparecimento e passou a ser investigado como sequestro.
De acordo com apuração de A Gazeta, o suspeito se apresentou à delegacia de São Mateus por volta das 15h daquele dia, com a intenção de se livrar de responsabilidade no caso. Em depoimento, ele afirmou ter negociado com Lázaro a venda de uma televisão, que estava dentro do veículo no qual ele entrou. A televisão mencionada, segundo a polícia, foi encontrada pelos investigadores escondida na casa dele, no lado sul do balneário de Guriri. Após o depoimento, o suspeito foi autuado em flagrante por receptação e sequestro, e encaminhado ao presídio.
Marcelo Cruz
Delegado titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus (declaração na ocasião da prisão)O Ministério Público (MPES) comunicou na tarde do dia 18 de junho a instauração de um procedimento para verificar e apurar o sequestro de Lázaro.
A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias do primeiro suspeito preso durante audiência de custódia. O Ministério Público (MPES) informou que solicitou a prisão para preservar o andamento das investigações, e o pedido foi acolhido pela Justiça.
A advogada criminalista Luciana Costa, que atuou na defesa do primeiro preso na audiência de custódia, disse para a reportagem dque devido à repercussão do caso, 'esperava pelo resultado', mas não quis comentar sobre a decisão. “É um processo embrionário, muito cedo para qualquer manifestação e ou conclusão”, declarou.
Duas semanas após o crime, na manhã da última quinta-feira (26), policiais civis cumpriram em Guriri duas ordens de prisão expedidas pela Justiça contra dois suspeitos participarem do sequestro e desaparecimento do adolescente Lázaro. A polícia não divulgou os nomes dos suspeitos. Detalhes sobre o caso não foram divulgados, pois a investigação corre em segredo, segundo a Polícia Civil.
A advogada criminalista Luciana Costa, que atuou na defesa do primeiro preso na audiência de custódia, disse na ocasião à reportagem de A Gazeta que devido à repercussão do caso, esperava pelo resultado [da manutenção da prisão], mas não quis comentar sobre a decisão. “É um processo embrionário, muito cedo para qualquer manifestação e ou conclusão”, disse.
A mãe de Lázaro afirmou à reportagem acreditar que o filho esteja morto. Para Taiane Souza dos Santos, de 36 anos, os criminosos assassinaram o adolescente e ocultaram o corp. Ela também relatou que o carro usado para sequestrar o jovem ainda estaria circulando pelas ruas do município, mas a polícia não confirma a informação.
Novamente procurada por A Gazeta para informar o andamento do caso, a Polícia Civil informou, nesta segunda-feira (30), que a investigação pela Delegacia de Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus está em curso e sob sigilo. "A equipe está atuando com afinco diariamente, com o objetivo de oferecer respostas aos familiares", informou a corporação. A Polícia Civil informou "que a população pode colaborar com informações por meio do Disque-Denúncia 181. A ligação é gratuita e o anonimato é garantido", acrescentou a corporação, em nota.
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