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Saiba o que significa a redução de carga viral da Covid-19

Saiba o que significa a redução de carga viral da Covid-19

O estágio da contaminação é o que vai determinar se a presença do vírus no organismo do indivíduo está ou não caindo

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 15:20

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Mulher com resfriado segurando lenço
Sintomas gripais, como tosse e coriza, são característicos em pessoas infectadas pelo coronavírus. (shutterstock)

A pandemia da Covid-19 coloca em evidência vários termos médicos e científicos, porém nem todos de compreensão automática pelo público leigo. Atualmente, muito se tem falado sobre redução de carga viral, mas quem sabe do que se trata? Há alguma relação com a capacidade de transmissão do vírus? Especialistas explicam essas e outras dúvidas recorrentes quando a doença está em pauta. 

A carga viral nada mais é que a concentração do vírus no organismo, detectada na fase ativa da doença, ou seja, quando uma pessoa pode transmitir o coronavírus para outra. "O pico da viremia (vírus no sangue) ocorre no quarto, quinto dia, depois começa haver a redução", aponta o cardiologista e paliativista Henrique Bonaldi.

Isso é diferente, esclarece Bonaldi, da redução da capacidade de propagação do vírus, que depende da proporção da população que está imune. Na maioria das doenças, a imunidade é alcançada quando atinge pelo menos 50% das pessoas, mas, com a Covid-19, análises sobre o seu comportamento sugerem que a proteção pode ser obtida com um percentual menor.

EXPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO

Entretanto, o infectologista Lauro Ferreira Pinto argumenta que as estimativas feitas no Estado sobre a exposição da população ao coronavírus não dão a dimensão da realidade porque, segundo ele, os testes usados no inquérito sorológico são de qualidade duvidosa.

Não é, segundo o médico, um problema do Espírito Santo, mas do material que está disponível no país, ainda de uma primeira geração. Em cidades da Europa e dos Estados Unidos, que usaram testes mais avançados, observou-se que nem 20% das pessoas havia tido contato com a Covid-19.

"O que temos hoje no Espírito Santo é uma estimativa frágil, não muito segura do tamanho da população exposta", frisa.

Lauro reconhece os indicadores positivos, como redução no número de mortes em relação ao pico, de procura dos serviços de emergência e de internações, mas reforça que não traduz o volume de pessoas já expostas e, sobretudo, não significa que seja motivo para relaxar com os cuidados para evitar o contágio. 

"Alerto principalmente sobre a importância do uso de máscaras. Entendo que as pessoas precisam voltar a trabalhar; estamos indo para o quinto mês de confinamento. Mas lembro que, os países que adotaram as medidas de proteção com competência, não tiveram essa agonia tão duradoura. Fazer malfeito está custando vidas e empregos. Então, ainda não é momento de aglomeração, é preciso manter o distanciamento e usar máscaras."

Bonaldi também destaca que a proteção é indispensável e adverte sobre a falsa sensação de normalidade, considerando que muitas atividades já foram flexibilizadas. O médico lembra que a curva da Covid-19 atingiu o pico com cerca de 2 mil mortes e, agora para descer, outros dois mil óbitos ainda podem ser registrados. Este volume somente não será alcançado se uma vacina chegar em tempo de barrar o surgimento de novos casos de Covid-19.  

Vacinas já têm sido testadas, mas ainda não há um prazo para que, efetivamente, possam ser administradas na população. Assim, destaca Bonaldi, o ideal é que a descida da curva da doença tenha um ritmo lento para conter o número de mortes. E o controle da Covid-19 está diretamente relacionado ao comportamento da população, que deve manter as condutas de distanciamento social, uso de máscaras e higienização constante das mãos. 

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