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Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 11:11
Oito imóveis pertencentes à União poderão ser transformados em moradia popular no Espírito Santo. A iniciativa faz parte do programa Imóvel da Gente, lançado na última segunda-feira (26) pelo governo federal. A ação é coordenada pela Secretaria do Patrimônio da União do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Público (MGI). >
Segundo informações da pasta, em toda a Região Sudeste, 75 imóveis serão cedidos, sendo 37 para São Paulo, 22 para Minas Gerais, oito para o Rio de Janeiro, além dos oito para o Espírito Santo.>
A lista dos imóveis que vão virar moradia popular no Estado não foi divulgada oficialmente, mas, em julho do ano passado, informações do jornal O Globo adiantaram que um deles é o Edifício Getúlio Vargas, mais conhecido como antigo prédio do Instituto de Aposentadorias e Pensões do Industriários (IAPI), no Centro de Vitória. >
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O prédio do IAPI começou a ser construído nos anos 1950 e chegou a abrigar serviços de atendimento à saúde e o antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps). Desde que foi desocupado em 2007, porém, a situação do prédio é de abandono. >
Mais de 300 famílias chegaram a ocupar a edificação, em 2017, mas foram tiradas de lá por meio de uma decisão da Justiça. No ano seguinte, já havia um projeto de transformar a edificação em moradias populares, com o imóvel sendo cedido pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) à Associação Habitacional Comunitária do Estado do Espírito Santo (AHabitaes).>
O projeto desenvolvido pela AHabitaes previa a sua transformação em 106 apartamentos, 7 lojas, um espaço de festa de 1.000 m² para 300 pessoas, energia solar, entre outras coisas. O projeto, no entanto, não foi para frente por falta de verba e o prédio voltou à União. >
Em 2020 os jornalistas de A Gazeta Vilmara Fernandes e Fernando Madeira entraram no prédio e mostraram o abandono e a destruição do patrimônio. Na reportagem feita por eles, na época, Madeira descreveu a sensação. “Os corredores, antes ocupados por pessoas, hoje dão lugar ao lixo. Nos consultórios, móveis destruídos; nos guichês de atendimento só vi poeira e paredes com buracos. No teto, muitas infiltrações. O local seria um cenário perfeito para um filme de terror. Para onde se olha só há destruição”, disse. As imagens estão na galeria abaixo. >
Prédio do antigo IAPI
No comunicado publicado no site do MGI, o Imóvel da Gente é definido como programa de democratização de imóveis da União que abrangerá estruturas sem destinação definida, como áreas urbanas vazias, prédios vazios e ocupados, conjuntos habitacionais com famílias não tituladas, além de núcleos urbanos informais com e sem infraestrutura.>
"A iniciativa visa beneficiar áreas como educação, saúde, assistência social, segurança alimentar, cultura e o esporte, priorizando a oferta habitacional (em parceria com o Programa Minha Casa Minha Vida), regularização fundiária, obras de infraestrutura e equipamentos de políticas públicas diversas", diz o texto. >
Vale ressaltar que os imóveis podem ser destinados de forma gratuita ou não. Poderão ser feitas Parcerias Público-Privadas (PPPs), concessão de bens públicos, cessão onerosa e permuta (trocas por reforma ou por obra). De acordo com o governo federal, a iniciativa se destina a famílias em situação de vulnerabilidade, movimentos e organizações da sociedade civil, órgãos federais, governos estaduais e distrital, prefeituras e setor privado. >
“Queremos receber propostas da iniciativa privada do país inteiro, assim como de prefeituras e governos que queiram construir equipamentos públicos. Quanto mais detalhadas e elaboradas forem as propostas e os projetos, mais fácil e rápida serão a análise e a definição do uso. Áreas antes degradadas por abandono poderão ser ocupadas com escolas, por exemplo. O setor privado poderá propor a construção de um equipamento comercial e, em contrapartida, construir um equipamento público, por exemplo. Queremos otimizar o custo benefício e aumentar o impacto social e urbanístico”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao falar sobre o programa.>
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