Repórter / [email protected]
Publicado em 26 de junho de 2025 às 20:18
As mudanças promovidas pela Prefeitura de Vitória no trânsito da rua Clóvis Machado e da avenida João Batista Parra serão debatidas na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) após manifestação dos moradores na noite desta quinta-feira (26).>
Os moradores criticam as intervenções realizadas na rua Clóvis Machado, antes com três faixas em sentido único em direção à Terceira Ponte e agora com uma pista no sentido Avenida Nossa Senhora os Navegantes. Isso resultou na exclusão de vagas de estacionamento e de parada de vans escolares, carros de transporte de aplicativo e caminhões de mudança.>
A avenida João Batista Parra, por sua vez, que na avaliação dos moradores deveria receber o maior fluxo de veículos, segue somente com uma pista em cada sentido e mantém as vagas de estacionamento.>
O vereador Armandinho Fontoura (PL) esteve na manifestação e afirmou que vai fazer uma audiência pública para debater as mudanças na próxima semana, por meio da Comissão de Obras e Serviço, presidida pelo próprio parlamentar.>
>
“Vou convidar os representantes da prefeitura e os moradores. Foram suprimidas vagas aqui, mudou-se um sentido. Grande parte de todo esse complexo de intervenções tem sido muito bem avaliado, a exemplo da área atrás do Shopping Vitória. Mas essa daqui, na rua Clóvis Machado, a sociedade tem reagido. Então, temos que chamar a sociedade civil organizada, os representantes, moradores e os técnicos da prefeitura para explicar, dialogar e consertar, se tiver erro”, avaliou.>
O deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB), por sua vez, afirmou que vai levar a reivindicação dos moradores para ser discutida na Assembleia.>
“Nós estamos recebendo muitas reclamações, principalmente dos bairros Enseada do Suá, Santa Helena e Santa Lúcia. Os comerciantes e moradores estão reclamando demais dessas alterações feitas no trânsito. Alegam que não houve diálogo com a comunidade. Se fazem intervenções viárias sem planejamento, acontece isso. A intervenção é feita, o caos se instaura. Eu saí da Assembleia Legislativa agora, às 17h, tinha uma reunião na Secretaria da Fazenda, a aproximadamente 1,3 km de distância e demorei 45 minutos. Não consegui chegar e vim andando”, declarou.>
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), a equipe de arquitetos da prefeitura, em diálogo com os moradores da região, está realizando estudos de viabilidade para a implantação de uma baia destinada à carga e descarga, além de embarque e desembarque de pessoas, em frente ao Condomínio Edifício Novito. Após a confirmação da viabilidade, o projeto vai ser elaborado e, então, encaminhado à Secretaria de Obras (Semob) para execução.>
O despachante aduaneiro Henrique Savio Rezende, membro da associação de moradores, alega que a baia não é suficiente para resolver os problemas criados com a remoção das vagas de estacionamento.>
“São falácias, porque é uma área privada de um prédio que não vai atender a demanda de outros prédios da rua. Nunca foi conversado com a comunidade local e a prefeitura fica falando que vai fazer em área privada. As baias não atendem ao comércio e a mobilidade daqui”, protestou.>
O Ministério Público do Espírito Santo pediu à administração municipal a suspensão de mudanças para a circulação de veículos na região. A prefeitura disse, em nota, que avaliaria a recomendação do MPES, mas reforçou a importância das mudanças previstas no trânsito das vias que dão acesso à Terceira Ponte. >
A Promotoria de Justiça Cível de Vitória instaurou notícia de fato sobre as alterações viárias propostas e iniciadas pelo município, após receber uma representação da Associação de Moradores, Empresários, e Investidores da Enseada do Suá (Amei-ES). Ao acionar o MPES, entre outros problemas identificados, a entidade apontou que não houve audiência pública com a comunidade nem foi apresentado estudo de impacto de vizinhança e ambiental relacionados à mudança proposta no trânsito. >
O MPES, então, enviou ofício à Prefeitura de Vitória solicitando a suspensão de qualquer alteração viária na Enseada do Suá, até que sejam apresentados os estudos e as justificativas para as mudanças pretendidas, tanto para o Ministério Público quanto para a sociedade, em reunião a ser agendada pela Promotoria de Justiça, prevista para início de julho.>
Procurada pela reportagem de A Gazeta sobre a manifestação desta quinta-feira (26), a Prefeitura de Vitória ratificou que as alterações viárias realizadas foram fruto de solicitações dos próprios moradores, “que não apenas apresentaram as demandas, como também votaram e aprovaram as mudanças”.>
O Executivo municipal afirmou que o ato foi absolutamente isolado, contando com pouquíssimos moradores de um único edifício.>
“A prefeitura lamenta profundamente esse tipo de manifestação, que, além de não representar o sentimento majoritário da comunidade, prejudica diretamente o direito de ir e vir de trabalhadores que buscam retornar para casa após um dia inteiro de trabalho. O município preza pelo bom senso, reafirma seu compromisso com o diálogo e tem mantido reuniões constantes com lideranças comunitárias, demonstrando total abertura para ouvir e construir, de forma conjunta, os caminhos que beneficiem a coletividade”, destacou em nota.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta