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Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 20:06
Após ações na Justiça que adiaram o início das obras no Morro do Moreno, em Vila Velha, as intervenções começaram, mas não puseram fim às queixas sobre problemas na condução do projeto. Tanto é que o Ministério Público Federal (MPF) investiga supostas irregularidades da administração municipal no desenvolvimento da proposta que visa, entre outras ações, implantar mirantes, cafeteria e letreiro no monumento natural da cidade. >
A ordem de serviço para as obras foi dada pela prefeitura e pelo governo do Estado em 15 de novembro, mas desde agosto o MPF já havia instaurado um inquérito civil para apurar o que havia sido pontuado na representação que chegou ao órgão: intervenções no Morro do Moreno para a instalação de um letreiro e de mirantes sem autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além da falta da efetiva implementação de uma unidade de conservação no local.>
Conforme informações do MPF, em novembro o órgão promoveu uma reunião que contou com a participação de representante do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que segue acompanhando o caso, e da Prefeitura de Vila Velha para tratar do tema. >
Nesse encontro, segundo o MPF, a administração municipal informou que o projeto de letreiro foi excluído definitivamente da proposta de obras no morro.>
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"Ainda na reunião, o MPF requisitou o envio do projeto completo e da apresentação para análise mais detalhada. A documentação foi recebida nesta quarta-feira (3), será analisada e pode subsidiar futuras providências do MPF", pontua o órgão ministerial, em nota. >
Questionada pela reportagem de A Gazeta sobre a retirada do letreiro do projeto, a secretária municipal de Obras, Menara Cavalcante, explica que, para a primeira etapa da obra, que já estava com o processo de licenciamento avançado, o letreiro não estava contemplado. E, assim, o projeto foi liberado para ser iniciado. >
A secretária diz, porém, que posteriormente, se a prefeitura entender que ainda cabe fazer a instalação, um novo processo para licenciamento do letreiro pode ser realizado. Menara Cavalcante fez questão de frisar que a proposta não é fazer algo semelhante ao que é avistado em Hollywood, nos Estados Unidos, mas em proporções bem menores, sobre um deck de um dos mirantes. >
O adiamento das obras — previstas para começarem no dia 17 de novembro, mas que só foram liberadas pela Justiça em decisão liminar dois dias depois — não tem relação com a investigação do MPF, embora a intenção seja a mesma de barrar as intervenções. >
No caso que tramita na Justiça, o impasse envolve as intervenções que a prefeitura começou a fazer no Morro do Moreno e está relacionado à ação movida por pessoas, de uma mesma família, que se apresentam como donas de uma área de 252 mil metros quadrados situada no local. Nos autos, a família afirma não ter havido o processo correto de desapropriação do local, incluindo o pagamento de indenização como forma de reparação pelo uso para fins públicos de uma área que alega ser propriedade privada.>
Paralelamente, há movimentos sociais que questionam as obras por considerar que haverá impactos ao meio ambiente. >
A despeito das críticas, após liberação das obras turísticas no Morro do Moreno pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), a Secretaria de Obras deu início às intervenções, com a execução do sistema de drenagem e pavimentação da via já existente. Essa etapa é considerada estruturante pela administração municipal porque define o escoamento de águas das chuvas e prepara o trecho para as fases seguintes do projeto. As obras têm previsão de duração de oito meses e, ao longo desse período, os acessos estão fechados por medida de segurança. >
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