> >
Hilário fez dívidas em Vitória enquanto Milena fazia residência, diz irmão da médica

Hilário fez dívidas em Vitória enquanto Milena fazia residência, diz irmão da médica

Declaração foi dada nesta quinta-feira (26) durante o depoimento de Douglas Gottardi no julgamento dos réus pelo assassinato da irmã

Publicado em 26 de agosto de 2021 às 15:45

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Data: 08/11/2018 - ES - Vitória - O ex-policial civil Hilário Frasson, acusado de ser o mandante do assassinato da ex-esposa, a  médica Milena Gottardi, chega escoltado para a audiência da guarda das filhas, no Centro Avançado dos Juizados da Infância e da Juventude de Vitória - Editoria: Polícia - Foto: Carlos Alberto Silva - NA
O ex-policial civil Hilário Frasson . (Carlos Alberto Silva)

No período em que a médica Milena Gottardi, médica assassinada em 2017, fazia sua residência em Oncologia em São Paulo, o seu ex-marido permaneceu no Espírito Santo. Foi um período, segundo o irmão da vítima, Douglas Gottardi, em que o ex-marido fez muitas dívidas.

“A época em que Hilário ficou sozinho em Vitória foi a que ele mais gastou. Trocou de carro, saía todo dia, fazia tudo que não fazia quando Milena estava aqui. De tanto que estava saindo, ele me disse: ‘Se não morrer agora'… Isto porque ele bebia todos os dias. Gastava muito dinheiro e fez muitas dívidas, já que Milena não estava aqui para controlar”, relatou o irmão.

A declaração foi dada nesta quinta-feira (26) durante o depoimento de Douglas no julgamento dos réus pelo assassinato da irmã. Acompanhe o júri o tempo real aqui.

Segundo Douglas, afinal da residência, quando Milena retornou para Vitória, o casal estava com muitas dívidas.

“O pai dele, Esperidião, vendeu uma parte do sítio e deu uma parte do dinheiro para Hilário e outra para a irmã dele, Luciana. Na época, Milena ligou para Esperidião e disse que o dinheiro que ele estava dando estava sendo utilizado para Hilário pagar dívidas. A irmã de Hilário, com o dinheiro que recebeu do pai, comprou um terreno em Timbuí”, contou, sem citar quais eram os valores.

Sobre o perfil de Hilário, o irmão da médica relatou que ele “gostava de aparecer”. “Ele gostava de se mostrar como sendo o melhor, que era superior, gostava que achassem que era rico, de andar com pessoas influentes, de contar vantagem”.

GUARDA DAS FILHAS

Douglas relatou que conquistou na Justiça a guarda, em definitivo, das sobrinhas. Explicou que ainda tenta manter um contato das crianças com a família de Hilário.

“Eu marco uma data em que eu possa liberar as crianças e ele as leva. A escolha dos dias é de acordo com o que ele solicita. Ele pega às crianças 9h e entrega às 18h. Minha mãe não é favorável ao relacionamento, mas eu tento manter porque Milena não queria que afastasse as crianças dos avós, mas eu não me sinto confortável. Mas entendo que é importante para as crianças”, contou Douglas.

ENTENDA O CASO

A médica Milena Gottardi, 38 anos, foi baleada no dia 14 de setembro de 2017, quando encerrava um plantão no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), em Maruípe, Vitória. Ela havia parado no estacionamento para conversar com uma amiga, quando foi atingida na cabeça.

Socorrida em estado gravíssimo, a médica teve a morte cerebral confirmada às 16h50 de 15 de setembro.

As investigações da Polícia Civil descartaram, já nos primeiros dias, o que aparentava ser um assalto seguido de morte da médica (latrocínio). Naquele momento as suspeitas já eram de um homicídio, com participação de familiares.

Ao liberar o corpo de Milena no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, o ex-policial civil Hilário Frasson teve a arma e o celular apreendidos pela polícia. Ele não foi ao velório e enterro, que aconteceram em Fundão, onde Milena nasceu.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais