Publicado em 28 de agosto de 2020 às 14:40
O primeiro caso de infecção de Covid-19 no Espírito Santo foi registrado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no dia 11 de fevereiro. A confirmação se deu após a Sesa identificar anticorpos para a doença na amostra de sangue uma paciente de Guarapari.>
A amostra foi coletada de uma pessoa que fez doação de sangue no Hemoes do município. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, a paciente não viajou para o exterior e apresentou sintomas respiratórios um mês antes da doação de sangue, estando assintomática nos últimos 14 dias anteriores à doação. >
A partir desse histórico é possível entender como se deu a evolução da doença no Espírito Santo. Segundo Pablo Lira, Diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves e membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), entre março e abril, a doença ficou concentrada nos bairros nobres da Grande Vitória.>
Os primeiros casos foram registrados em Jardim da Penha, Praia do Canto, Jardim Camburi, Mata da Praia, em Vitória, e Itapoã e Praia da Costa, em Vila Velha. De acordo com Pablo, essas regiões concentram a maior parte da população que viaja de avião, e por isso, contraiu a doença em outros países, quando a Covid-19 ainda não estava classificada como pandemia.>
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Especialistas em saúde afirmaram que a dinâmica da pandemia é se concentrar inicialmente na região metropolitana, área que tem alta densidade demográfica. Depois se instala na periferia, região com alta densidade domiciliar e, consequentemente, muitas pessoas dividindo os mesmos cômodos residenciais. >
Dados do Painel Covid-19, ferramenta gerenciada pela Sesa, no dia 29 de fevereiro, o Espírito Santo registrava 11 casos confirmados de coronavírus. No dia 31 de março, o índice saltou para 188. Já no dia 30 de abril, foi para 4.132. No fim do mês seguinte eram 21.195 pacientes com diagnósticos positivos. Em julho, no dia 31, o total era de 87.655 casos positivos. >
Pablo Lira
Diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones Santos NevesLira informou que na primeira semana de abril a Grande Vitória registrou uma taxa de transmissão de 3,6, quando 100 pessoas transmitiam a doença para outras 360 pessoas. Até o dia 14 de agosto, o índice estava em 0,18, ou seja, 100 pessoas infectavam 18. Nos municípios do interior, no dia 10 de abril, a taxa era de 2,7, sendo que 100 pessoas contaminavam 270. Até o dia 14 de agosto, o índice era de 0,89. Com esse número, 100 pessoas passavam a Covid-19 para 89.>
O professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), Etereldes Gonçalves Junior explica que o Estado alcançou um estágio de descida da curva epidemiológica. Ele destaca que o pico de média móvel de óbitos do Estado girou em torno de 40. Hoje, a média móvel é 16. >
Etereldes Gonçalves Júnior
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