Publicado em 4 de agosto de 2020 às 17:34
Imagine a seguinte situação: você está cansado de ficar em casa, quer rever os parentes e amigos, voltar a circular por aí. Se identificou? Para garantir que está tudo certo, você decide procurar um laboratório, faz um teste de coronavírus e tem como resposta um resultado positivo, indicando que já teve a doença. Será que agora você está imunizado e não transmite mais a Covid-19 para outras pessoas? Será que já dá para voltar a ter uma vida normal?>
Se você achou que a resposta seria sim, lamentamos informar que ainda não é hora de voltar à normalidade. Em entrevista à jornalista Fernanda Queiroz, da CBN Vitória, a médica infectologista Rúbia Miossi explicou que recorrer a testes, na expectativa de já ter sido infectado pela doença e desenvolvido anticorpos, não significa necessariamente que você deixou de oferecer riscos para aqueles com quem se encontra. >
"Qual exame que foi feito que deu positivo? Se ele fez o RT-PCR, que é o exame que identifica o material genético do vírus e deu positivo, então comprovadamente é uma pessoa que teve diagnóstico de coronavírus e, muito provavelmente, deve ter adquirido alguma imunidade, porque ela se recuperou. Mas essa imunidade é suficiente para não pegar o vírus de novo? É possível que sim, mas a gente não tem isso comprovado ainda. Como não existe comprovação se não pega mesmo, e por quanto tempo não pega, vale o mesmo para todo mundo: uso da máscara, distanciamento e higienização das mãos o tempo todo", explicou a médica.>
Rúbia Miossi
Médica infectologista, em entrevista à CBN VitóriaO teste RT-PCR, mais conhecido como swab nasal e oral, utiliza uma haste flexível (cotonete) para colher pelas narinas e garganta o material genético do paciente. Conforme a indicação do Ministério da Saúde, recomenda-se que seja coletado o material do paciente entre o terceiro e sétimo dia de sintomas, preferencialmente, quando a carga viral é maior. Mas também pode ser feito até o décimo dia. O resultado costuma sair entre 24 horas a 72 horas.>
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Até o momento, esse é o único exame capaz de dar o diagnóstico para quem está doente. Mas, atenção: de nada adianta fazer o teste, que custa cerca de R$ 300 em laboratórios, se você não tiver os sintomas gripais, diarreia, ou outro sintoma da doença.>
"As pessoas estão fazendo o PCR sem ter sintoma. Simplesmente por fazer o exame. Ele não tem significado nenhum em uma pessoa que não tem sintoma. Todos os exames de coronavírus passam a ter significância e resultado, quando são feitos baseados em uma característica clínica. O exame vem para complementar um diagnóstico que é clínico", reforça a infectologista.>
Máscaras usadas nas ruas pelos capixabas
Já o teste rápido, que é feito por coleta de sangue e tem sido utilizado pelo governo do Estado no inquérito sorológico, deve ser feito 30 dias depois que a pessoa apresentou o quadro da doença. Com alta margem de erro, esse teste serve para identificar se aqueles sintomas que se teve lá atrás eram mesmo do coronavírus.>
"O teste rápido pode errar em até 30% dos casos. Erra para o positivo mais do que para o negativo. O inquérito epidemiológico não tem o objetivo de dar diagnóstico para quem fez o exame, mas mostrar qual a proporção da população do Estado já teve ou não coronavírus. Quando a gente calcula quantas pessoas tem que ser testadas para essa amostra representar o Estado, eu coloco no cálculo o fator de erro no teste. Quando um teste erra 30%, eu tenho que aumentar o número de amostras, o número de pessoas que eu vou testar, para esse fator de erro se diluir dentro dessa população e o resultado final agrupado, de todo mundo que fez o teste, ser de fato representativo do nosso Estado. Para o inquérito epidemiológico funciona, não funciona para dar o diagnóstico", esclareceu.>
Então já sabe, né?! Enquanto a vacina não sai, mantenha uma distância segura das pessoas, não esqueça a sua máscara e lave sempre as mãos!>
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