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Inquérito sorológico da Covid revela mais pessoas fora de casa no ES

Inquérito sorológico da Covid revela mais pessoas fora de casa no ES

Pesquisa que aponta prevalência da doença identificou um perfil diferente do público nas visitas domiciliares

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 11:03

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Data: 27/05/2020 - ES - Viana - Profissionais da saúde fazendo o Inquérito Sorològico no bairro Nova Bethânia , em Viana - Editoria: Cidades - Foto: Ricardo Medeiros - GZ
Para o inquérito sorológico, residências e moradores são sorteados para fazer o teste para a Covid-19. (Ricardo Medeiros)

O novo inquérito sorológico da Covid-19 indica que há mais pessoas fora de suas casas, o que poderia justificar o resultado que aponta redução da prevalência da doença no Espírito Santo. No intervalo de um mês, entre a última etapa do primeiro inquérito em junho e o início da segunda investigação (27 a 29 de julho), houve queda superior a 30% no indicador.

Ethel Maciel, pós-doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), está acompanhando o trabalho da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na área, e observa que o inquérito sorológico mais recente demonstra um perfil diferente de entrevistados nas visitas domiciliares, revelando outro recorte da realidade. 

O novo inquérito sorológico está sendo realizado em 13 municípios e, nesses locais, são sorteadas as residências, das quais moradores também são selecionados para fazer o exame para a Covid-19. O teste apenas é feito em toda a família se o sorteado tiver diagnóstico positivo para o coronavírus. 

Os recenseadores constataram, desta vez, muitas residências fechadas e, em outras, maior predominância de pessoas idosas e crianças. Para Ethel Maciel, um quadro que retrata o atual momento, em que há mais flexibilização no funcionamento de comércio e serviços do que há um mês, levando o público jovem e adulto às ruas para trabalho e outras atividades. 

"Como flexibilizamos bastante, agora, em dias de semana, encontramos em casa as crianças e os mais velhos, uma população que, desde o início da pandemia, já estava mais protegida. Comparada com a quarta fase, um mês atrás,  é uma população diferente. Para pegar todo mundo, será preciso mudar de estratégia", argumenta a professora.

Fazer a pesquisa nos finais de semana, ou com nova metodologia - em vez de domiciliar, pelo fluxo de pessoas nas ruas - são sugestões de Ethel Maciel para que o resultado inquérito sorológico seja mais preciso. A professora explica que não há erro no método atual, porém ele não alcança as pessoas que estão circulando mais. A Sesa já avalia a possibilidade de realizar a investigação em pontos de maior movimentação, como terminais de ônibus e parques

O professor Etereldes Gonçalves Junior, do Departamento de Matemática da Ufes, acrescenta que, pelos resultados apresentados, o público identificado em casa no novo inquérito sorológico é composto por pessoas que já não estavam tão expostas ao coronavírus. Por isso, em sua avaliação, se torna a hipótese mais plausível para a redução da prevalência da Covid-19 no Estado, entre as teses levantadas pela Sesa, uma vez que é menor a incidência de casos positivos na população que manteve o isolamento social. 

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